Tema vai estar no centro da conferência anual da Comissão Nacional Justiça e Paz
Lisboa, 16 jan 2023 (Ecclesia) – O coordenador nacional da Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC) considera que, no panorama português, o trabalho e o salário digno “estão longe de se alcançar”.
“A LOC/MTC pretende dialogar sobre a questão do trabalho e do salário digno que ainda estão longe de se alcançar porque são escassos”, disse à Agência ECCLESIA Américo Monteiro.
O responsável falava a respeito da conferência anual da Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP), a 21 de janeiro, na qual empresários e trabalhadores vão dialogar no Centro Cultural Franciscano, em Lisboa, sobre a temática dos salários justos como instrumento para superar a pobreza.
Para Jorge Líbano Monteiro, secretário-geral da Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE), existe na instituição uma preocupação com o número de pobres em Portugal e “está profundamente empenhada nesta dinâmica”, dado que “30% dos pobres têm contratos de trabalho”.
A empresa tem a “função social de gerar trabalho com qualidade” e que os trabalhadores se possam realizar dentro da empresa”, todavia “42% da população ativa portuguesa recebe menos de 812 euros brutos por mês”, apontou o responsável, numa entrevista emitida hoje no Programa ECCLESIA (RTP2).
A iniciativa, que se realiza em parceria com a Cáritas Portuguesa, LOC-MTC, JOC, ACEGE, ACR e o Metanoia, vai apresentar no final dos trabalhos um manifesto sobre ‘Salários justos contra a pobreza’, lê-se no programa enviado à Agência ECCLESIA.
A temática dos salários justos “ganha cada vez mais urgência” em ser debatida devido “às desigualdades” no corpo laboral, sublinhou Américo Monteiro.
A realidade social, laboral e salarial que se vive na atualidade “é um desafio grande para todos, empresas e trabalhadores”, mas “não se vê uma solução a curto prazo”, acrescenta coordenador da LOC/MTC.
Se o custo de vida vai aumentando e as coisas se tornam mais caras, se os trabalhadores são o centro da produção têm a necessidade de ser ressarcidos do seu esforço em melhores condições”.
A ACEGE compreende a situação e “está preocupada com os pobres que trabalham durante todo o mês”, disse, por sua vez, Jorge Líbano Monteiro.
O aumento do salário mínimo nacional “é importante”, todavia “é necessário compreender a amplitude do tema e perceber que “mais de 95% das empresas portuguesas são pequenas”, declarou o secretário-geral da Associação Cristã de Empresários Gestores.
A Comissão Nacional Justiça e Paz quer destacar a importância do diálogo entre trabalhadores e empresários cristãos.
“É sabido que o salário de muitos trabalhadores portugueses não lhes permite superar a pobreza”, mas “alterar esta situação deverá ser um verdadeiro desígnio nacional que mobilize a sociedade civil e as autoridades políticas”, indica uma nota do organismo católico, enviada hoje à Agência ECCLESIA.
PR/LFS/OC
CNJP: Trabalhadores e empresários vão dialogar sobre salários justos contra a pobreza