«Soube ser sal da terra, ou seja, foi capaz de revelar o valor, a sinergia de cada pessoa e realidade», afirmou D. Rui Valério
Lisboa, 02 set 2025 (Ecclesia) – O patriarca de Lisboa e magno chanceler da Universidade Católica Portuguesa (UCP) participou na homenagem a Ernâni Lopes, na conferência ‘Portugal, Visões de Futuro’ dedicada à vida e pensamento do professor e economista, esta quarta-feira, em Lisboa.
“Ernâni Lopes, fascinado e atraído pela eternidade, pelo que é perfeito, estava tão próximo de Deus e da Igreja, mesmo em termos de comportamentos, particularmente na vivência das virtudes cardeais: prudência, fortaleza, temperança, justiça”, disse D. Rui Valério, numa mesa redonda, no auditório Cardeal Medeiros da UCP.
A Universidade Católica Portuguesa homenageou o antigo economista e professor Ernâni Lopes (1942-2010), na conferência ‘Portugal, Visões de Futuro’, que contou com a presença do presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e de várias personalidades académicas, políticas e eclesiais, esta quarta-feira, dia 10 de setembro, no campus de Lisboa.
‘Antes de entrar na Universidade confrontei-me com a opção entre ser monge; ser militar; ser professor universitário’, foi o tema da mesa redonda com o magno chanceler da UCP, o patriarca de Lisboa o chefe do Estado-Maior da Armada, almirante Jorge Nobre de Sousa, e Nuno Valério, professor catedrático do ISEG.
“Aquelas três características que lançam o olhar sobre Ernâni Lopes – monge, militar, professor universitário – são dimensões, caracteres, identidades que apontam não para uma complexidade de personalidade, mas para a universalidade”, destacou D. Rui Valério.
Segundo o patriarca de Lisboa, essas dimensões de Ernâni Lopes traduzem-se em pilares fundamentais, e indicou o monge “como convite à fé e à contemplação”, o militar “no compromisso com grandes causas”, enquanto o professor “na reflexão profunda”.
“Tudo isto aponta para a integralidade, para o homem universal, que é aquele que cultiva todas as dimensões: a espiritualidade e a fé, a ética e a intelectualidade”, salientou o magno chanceler da Universidade Católica Portuguesa, citado pelo Patriarcado de Lisboa, na sua página na internet.
O patriarca de Lisboa sintetizou o legado espiritual e humano de Ernâni Lopes salientando que “soube ser sal da terra, ou seja, foi capaz de revelar o valor, a sinergia de cada pessoa e realidade”.
Nesta conferência de homenagem, organizada pelo Instituto de Estudos Políticos da UCP, foi apresentado o livro ‘Ernâni Lopes, Vida e Pensamento’, com textos do professor e economista e testemunhos de colegas, colaboradores e amigos, por José Pena do Amaral, representante do grupo coordenador.
A nova publicação, da UCP Editora, sob a forma de antologia, procura transmitir, “de forma trabalhada e sistematizada”, os aspetos mais relevantes do pensamento de Ernâni Lopes, como a adesão de Portugal à então CEE, o papel crucial da Lusofonia, “o definhamento da Economia portuguesa” e a importância do mar, “do ponto de vista económico e de defesa nacional”.
Ernâni Lopes (1942-2010) desempenhou funções públicas “em momentos críticos” para Portugal, antigo ministro das Finanças, foi consultor de empresas e de governos e “dedicou-se até ao fim da vida ao ensino e ao trabalho universitário”, destacou a Universidade Católica Portuguesa.
Nesta sessão atribuíram ao professor Ernâni Lopes o título de ‘Economista Emérito’ da Ordem dos Economistas, o elogio foi feito pelo bastonário António Mendonça, e o discurso de encerramento da conferência de homenagem pelo presidente da República Portuguesa.
Marcelo Rebelo de Sousa condecorou, a título póstumo, Ernâni Lopes, com a Grã-Cruz da Ordem de Camões, e entregou as insígnias à viúva do homenageado, no auditório Cardeal Medeiros da UCP.
Esta conferência de homenagem constou também com as intervenções da reitora da Universidade Católica, Isabel Capeloa Gil, da diretora do Instituto de Estudos Políticos, Mónica Dias, e o discurso inaugural do diretor do Centro de Estudos Europeus, José Durão Barroso.
CB/OC