Padre António Rego fala da experiência de dar vida ao programa «Fé dos Homens»
Lisboa, 18 jan 2017 (Ecclesia) – O padre António Rego, representante católico na Comissão do Tempo de Emissão das Confissões Religiosas, elogiou o percurso percorrido nos últimos anos em volta da presença dos vários credos na televisão e na rádio públicas em Portugal
“No princípio olhávamos notando muito as nossas diferenças como uma espécie de defeito, deficiência. Com o tempo fomos descobrindo que era uma riqueza os católicos serem diferentes dos Ortodoxos, dos Evangélicos ou dos budistas, dos Bahai”, disse o sacerdote açoriano à Agência ECCLESIA.
O antigo diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais recorda as reuniões à hora do jantar que incluem “uma pequena refeição” ecuménica, para “acalentar a fragilidade” e entrar em diálogo.
“A ementa é escolhida de maneira que seja ecuménica, que não fira a sensibilidade de nenhuma das confissões religiosas, nem judaica, nem muçulmana”, acrescentou, em declarações transmitidas esta terça-feira, no programa ECCLESIA, na Antena 1.
O padre António Rego contextualiza que desde 1997, quando começou o tempo de emissão da Igreja Católica e das outras confissões na televisão, os diversos representantes passaram do “conhecimento reverencial, primeiro desconfiado” ao ser amigos.
“Isto ultrapassou muito a dimensão convencional que as confissões religiosas vão juntar-se para travar uma grande batalha. É para travar grande momento de encontro”, sublinha.
O Oitavário de oração de 2017 tem como tema central a “reconciliação”, no contexto dos 500 anos da reforma protestante, iniciada por Martinho Lutero, e inspira-se numa passagem da segunda carta de São Paulo aos Coríntios: ‘É o amor de Cristo que nos impele’.
O sacerdote açoriano destaca que a amizade “é o mais simples” e não são precisas “fórmulas especiais”, nem “renúncias” religiosas.
‘Fé dos Homens’ é desde 1997 o nome do programa de televisão na RTP2 onde as diferentes confissões religiosas em Portugal têm a sua presença, atualmente a partir das 15h00 de segunda a sexta-feira; essa presença estendeu-se mais tarde à rádio pública.
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