Portugal: Dehonianos têm «uma província muito generosa» – Superior geral

Padre Heiner Wilmer considera que «secularização, Islão» e «justiça» são os desafios na sociedade

Amadora, 27 dez 2016 (Ecclesia) – O superior geral dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos) disse hoje que o jubileu dos 50 anos da criação da província portuguesa é “muito importante” para “toda a congregação” e indicou a secularização e o Islão como desafios.

“Os desafios na Europa são desafios novos, desafios difíceis, um desafio muito importante é como atuar neste mundo cada vez mais secularizada”, afirmou o padre Heiner Wilmer, no Seminário de Nossa Senhora de Fátima, em Alfragide.

À Agência ECCLESIA, o superior geral da congregação exemplificou que a secularização está presente em Portugal, “um país católico de origem”, e numa Europa Ocidental onde não se vê “pessoas batizadas, sacerdotes” e a vida consagrada “já não existe”.

Segundo o padre Heiner Wilmer, o Islão e a resposta da Europa é também um desafio: “Como podemos viver juntos, viver a nossa identidade respeitando também uma outra religião.”

A nível mundial, o sacerdote considera que o foco é na “justiça” com “tanta guerra, insegurança”, situações onde não existe paz.

Sobre a província portuguesa Dehoniana que assinalou hoje os 50 anos da sua criação, o sacerdote alemão comentou que têm “um espírito muito aberto, muito corajoso, fraterno, bem formado a nível intelectual e psicológico”.

“É uma província muito generosa”, referiu o superior geral dos Sacerdotes do Coração de Jesus destacando que tem sacerdotes e irmãos em diversas partes do mundo, como França, na cúria geral em Roma, em África – Angola, Moçambique – e também estão “na Ásia e na América Latina”.

O cardeal patriarca de Lisboa, que presidiu à ordenação de dois novos diáconos Dehonianos, destacou a “missão muito importante, forte, bonita” que a congregação trouxe à Igreja Católica em Portugal, através do carisma fundador do padre Leon Dehon.

“De todos os institutos religiosos e sacerdotais em Portugal como que se demarcam por esta disponibilidade ao serviço da Igreja como ele está e como a encontram nas várias realizações locais e diocesanas sem perder uma perspetiva missionária alargada, com uma nota cristológica muito forte”, desenvolveu D. Manuel Clemente.

Os Sacerdotes do Coração de Jesus em Portugal desenvolvem a sua atividade na pastoral vocacional e juvenil, em seminários e na formação de religiosos, na pastoral paroquial, no apostolado social e espiritual, na educação, ensino universitário e nas missões.

“Procuramos de facto responder às solicitações do momento”, disse o provincial, o padre José Agostinho Sousa, referindo que estão “um bocadinho em todo o lado” ao serviço à Igreja.

O padre Agostinho Pinto que celebrou este ano o cinquentenário da profissão religiosa, tantos quanto a criação da província portuguesa do Dehonianos, recordou que houve uma necessidade de terem uma “organização que fosse mais próximo”, não dependente de uma província Italiana.

“Os seminários estavam a crescer, havia diversos candidatos e havia necessidade de estruturar. Eu professei em setembro e em dezembro foi oficializado”, observou.

Para o sacerdote, que agora está na Diocese do Algarve, a ereção canónica da província portuguesa foi o “tomar consciência” que chegaram “à maturidade, a ser adultos”.

“Todos sentiam-se responsáveis desta nova estrutura, antes dependentes e a partir de então autónomos e dependentes do superior geral”, acrescentou o padre Agostinho Pinto relembrando que com os primeiros superiores, “na maioria ainda italianos”, aprenderam o “grande amor à congregação e sobretudo à espiritualidade Dehoniana”.

CB/LFS

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Agência ECCLESIA

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