Vila Viçosa acolheu comemorações deste Estado-Maior General, que contaram com uma Eucaristia em que foi lembrado São Nuno de Santa Maria

Vila Viçosa, 10 nov 2025 (Ecclesia) – O bispo do Ordinariato Castrense, valorizou este sábado o compromisso das Forças Armadas na defesa da paz, num tempo marcado pela guerra, na Missa a que presidiu este domingo, em Vila Viçosa, no Santuário de Nossa Senhora da Conceição.
“Num tempo em que a guerra volta a ferir povos e nações, o testemunho das Forças Armadas de Portugal é o de quem se compromete na defesa da paz e da dignidade humana”, afirmou D. Sérgio Dinis, na homilia da Eucaristia, enviada à Agência ECCLESIA, na comemoração do 51.º aniversário do Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA).
Segundo o bispo, “o serviço militar, vivido com honra e generosidade, é também um serviço à fraternidade universal”.
Hoje, as Forças Armadas Portuguesas estão presentes em quatro dos cinco continentes, com quase mil homens e mulheres. Não para fazer a guerra, mas para promover a paz e defender a dignidade humana”, indicou.
Perante entidades civis, militares e eclesiásticas, D. Sérgio Dinis destacou que Portugal “é um país que nasceu para sair de si, como afirmou o ensaísta e filósofo, Eduardo Lourenço” e agradeceu às Forças Armadas de Portugal.
Instituído há 51 anos, o Estado-Maior-General é o órgão de comando e coordenação suprema das Forças Armadas, lembrou o bispo, e tem a responsabilidade de “planear, dirigir e controlar a defesa nacional; garantir a soberania e a independência de Portugal; participar em missões de paz; e socorrer populações em situações de catástrofe”.
“Esta missão tem uma dimensão ética e espiritual: servir a vida, proteger o bem comum, construir a paz”, assinalou.
Segundo o bispo, “o EMGFA é chamado a ser não apenas estrutura de comando, mas também um espaço de comunhão — coração que integra, inteligência que prevê, consciência que recorda que a força nunca se separa da ética, nem a autoridade do serviço”.

Na homilia, D. Sérgio Dinis recordou também São Nuno de Santa Maria patrono do Estado-Maior-General das Forças Armadas, soldado de Deus, servo de Portugal, apresentando-o como “comandante e estratega, mas também homem de fé, de oração e de humildade”.
“Combateu com bravura e inteligência; mas a sua maior vitória foi interior, a vitória da fé sobre o poder, da humildade sobre a glória”, referiu, realçando que, após campanhas militares, São Nuno “entregou-se à vida contemplativa, vestiu o hábito do Carmo e dedicou-se à caridade”, tendo feito “do convento o seu quartel, e da oração o seu serviço à Pátria”.
“São Nuno mostra que é possível ser militar e santo, estratega e servo, comandante e irmão”, destacou o bispo do Ordinariato Castrense, acrescentando que “no seu exemplo espelham-se as virtudes que continuam a sustentar” as Forças Armadas: “coragem no serviço, lealdade na missão, generosidade no sacrifício e fé que ilumina a ação”.
Na Eucaristia, foram deixados três apelos simples e exigentes, como “purificar o templo”, deixando que “Cristo volte a ser o centro — na vida, na família, nas instituições”; “construir a comunhão”, já que fazendo do EMGFA “sinal de coesão e convergência entre ramos e gerações”; e “inspirar-se em São Nuno, isto é, “lutar com fé, comandar com humildade, vencer com justiça e servir com amor”.
A celebração aconteceu no dia da solenidade da dedicação da Basília de São João de Latrão, catedral da Diocese de Roma, que, segundo D. Sérgio Dinis, “é sinal visível da unidade da Igreja”.
“A sua dedicação recorda-nos que Deus não habita em pedras, mas no coração dos seus filhos; que a Igreja é comunhão viva, sustentada pela fé e animada pelo Espírito Santo”, disse.

Na conclusão da Eucaristia, D. Sérgio Dinis desejou que “o Espírito Santo faça também do Estado-Maior-General das Forças Armadas” e de cada um dos presentes “uma nascente de bem e de paz: uma força que não destrói, mas defende; que não domina, mas serve; que não separa, mas une”.
A Missa contou com a presença do ministro da Defesa Nacional, os chefes do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMGFA), os chefes dos Estados Maiores da Força Aérea e da Armada, e o vice-Chefe do Estado-Maior do Exército em representação.
Da esfera política e autárquica, destacaram-se diversos secretários de Estado, o presidente da Câmara Municipal de Vila Viçosa, o presidente da Assembleia Municipal, a presidente da Junta de Freguesia, bem como vários deputados e outros presidentes de Câmara da região.
LJ/OC
