Bispo responsável por setor da Cultura presidiu à celebração das exéquias do cineasta, no Porto
Porto, 03 abr 2015 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, da Conferência Episcopal Portuguesa, recordou hoje Manoel de Oliveira como alguém“profundamente humano”.
“Esta celebração, tendo como referência visível os restos mortais de Manoel de Oliveira e como horizonte a eternidade, era o filme que, na sua longa vida, Manoel de Oliveira não tinha pressa de rodar”, assinalou D. Pio Alves, na celebração exequial que decorreu na igreja do Cristo-Rei, no Porto.
Na homilia enviada à Agência ECCLESIA, o prelado explicou que na “serenidade do silêncio da morte”, que é caminho de ressurreição, louvaram e agradeceram a Deus a sua longa vida de “serviço à sociedade, à cultura”.
O bispo auxiliar do Porto recordou que Manoel de Oliveira era marcado “pelas eternas perguntas do homem como criatura”: “Sem desistir na sua busca, indo uma e outra vez às suas raízes, sem fechar as janelas à Luz, buscando incansavelmente novos horizontes de eternidade, do absoluto.”
Segundo D. Pio Alves, o texto do Evangelho (Mc 15, 33-39) que recorda a morte de Jesus, proclamado na celebração das exéquias, e que no contexto do Tríduo Pascal termina na ressurreição “é a resposta à dúvida que Manoel de Oliveira” quando lhe perguntaram em 2007 se já tinha pensado e respondeu com São Paulo na Carta aos Coríntios (1Cor 15, 14).
“Jesus Cristo ressuscitou, ganhou-nos a vitória sobre a morte e abriu-nos as portas de uma vida nova. Cristo ressuscitou e, por isso, Manoel!, não é vã a nossa fé”, observou o presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais.
O bispo contextualizou na cerimónia que hoje, em Portugal e noutros lugares muitos cristãos estão reunidos para “celebrar a Paixão e Morte de Jesus Cristo”.
“É neste amplo contexto litúrgico que nos reunimos aqui, convocados pelo amor ou pela amizade ou pela admiração ou pela gratidão ao cineasta Manoel de Oliveira”, destacou.
Manoel de Oliveira faleceu esta quinta-feira aos 106 anos de idade, depois de uma carreira como realizador que contou com mais de 50 filmes e que foi distinguida pela Igreja Católica em 2007, através da atribuição do Prémio de Cultura Padre Manuel Antunes.
CB