D. José Cordeiro adiantou que na próxima assembleia plenária dos bispos vão ver «quais os novos caminhos»
Fátima, Santarém, 31 ago 2016 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal Liturgia e Espiritualidade referiu que as bodas de prata do Curso de Música Litúrgica proporcionam “um novo ciclo” e estão a “repensar o método, os apoios, a logística” para chegar “a mais pessoas com a mesma qualidade”.
“Há um desafio enorme a continuar [o Curso de Música Litúrgica] porque a formação litúrgica é um dos desafios maiores do Concílio Vaticano II, em ordem à participação ativa, consciente, frutuosa e tem que ser vista no seu todo, não apenas a parte técnica e profissional mas também a parte espiritual, bíblica, litúrgica, pastoral”, referiu D. José Cordeiro esta terça-feira, na ‘Domus Carmeli’, em Fátima.
À Agência ECCLESIA, o prelado sublinhou que a conclusão do 5.º Curso de Música Litúrgica assume uma “relevância de gratidão, de esperança e de responsabilidade” para que se continue a trabalhar de uma forma “séria, bela e também simples” e, nesse contexto, surge “um novo ciclo” onde estão a “repensar o método, os apoios, a logística” para puderem chegar a mais pessoas “com a mesma qualidade”.
Os 25 anos do Curso de Música Litúrgica foram assinalados na entrega de diplomas e certificados de participação aos alunos da sua quinta edição formados em órgão litúrgico, salmistas e diretores de coro.
“É dizer que há aqui um conjunto de 45 pessoas que são consideradas idóneas para prestarem o melhor serviço à liturgia em ordem à participação ativa consciente, frutuosa nas nossas comunidades”, observou D. José Cordeiro após a entrega dos prémios.
O também bispo da Diocese de Bragança-Miranda assinalou a “fidelidade” e “persistência” dos alunos na frequência do curso desde 2013 e destacou que “a Igreja tem muita esperança neles” e não podem “agir isoladamente”.
“Que cada um possa pôr ao dispor do bem comum os dons, as capacidades, as qualidades, aquilo que aprendeu, que desenvolveu aqui e que certamente transmitirá com humildade numa cultura de serviço. Ao mesmo tempo fazer com que a liturgia seja efetivamente o cume e a fonte de toda a ação pastoral da Igreja”, desenvolveu o presidente da Comissão Episcopal Liturgia e Espiritualidade.
Presente também na sessão de entrega dos diplomas e certificados de participação do V Curso de Música Litúrgica esteve o “inspirador, iniciador, mentor” destas formações, o cónego António Ferreira dos Santos.
O sacerdote da Diocese do Porto participou nas primeiras quatro edições e recordou que há 25 anos tiveram a “consciência” que o curso era “um desafio”, o “país precisava de uma estrutura segura e capaz” e contrataram dois professores alemães para “garantir o nível” desejado.
“Algumas das consequências desse curso e desse nível foram espantosas, proporcionaram que os melhores alunos pudessem, por nosso intermédio, estudar em universidades alemãs”, observou o maestro e compositor português.
O cónego António Ferreira dos Santos recordou ao longo das edições tiveram “muito bons resultados” sendo que os organistas, salmistas e diretores de coros dos cursos de Música Litúrgica ocuparam “os lugares principais da maioria das dioceses” que originou um trabalho e uma organização “muito positivo”.
D. José Cordeiro referiu ainda que Portugal é no contexto europeu dos países que “mais desenvolveu a música litúrgica” e com “muita qualidade” destacando que existem excelentes cânticos e “excelentes compositores”, algo que foi “sublinhado e relevado” também pela Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos da Santa Sé na visita ‘Ad Limina’ dos bispos em setembro de 2015.
CB/OC