Irmã Célia Cabecinhas destaca possibilidade de participação de «missionários que estão noutros países»
Lisboa, 16 ago 2021 (Ecclesia) – Os Institutos Missionários Ad Gentes (IMAG) de Portugal, com o apoio das Obras Missionárias Pontifícias (OMP), vão promover uma edição do Curso de Missiologia online, de 23 a 28 de agosto, o que possibilita a participação de “muito mais gente”.
“Sonhávamos que pudesse ser presencial mas não é possível e há ganhos, a possibilidade de missionários que estão noutros países poderem acompanhar o curso”, disse hoje a irmã Célia Cabecinhas no Programa ECCLESIA, transmitido na RTP 2.
A religiosa da Congregação das Irmãs Concepcionistas ao Serviço dos Pobres, e que pertence aos IMAG, assinala que o Curso de Missiologia é uma proposta de formação com “vários anos” e um ponto de encontro “muito interessante de pessoas de diferentes contextos” e diferentes culturas, sendo que na última edição, em 2019, participaram pessoas de 13 nacionalidades.
“Vivemos num país onde há missionários que vêm de fora, alguns a preparar-se para a missão noutros lugares e muitos portugueses a preparar outras missões e missões ad gentes, – leigos, consagrados, sacerdotes: Vale a partilha, vale o comunicarmos o entusiasmo pelo que viemos, em quem acreditamos. Celebrarmos juntos com sensibilidades diferentes, com ritmos, com cores diferentes”, desenvolveu a irmã Célia Cabecinhas.
O Curso de Missiologia é bienal e 2021 corresponde ao primeiro ano do ciclo; a inscrição, que termina esta segunda-feira, é arbitrária quanto à ordem de participação, e a edição deste ano vai decorrer entre 23 e 28 de agosto, das 09h00 às 13h00, n plataforma Zoom, que possibilita a participação de “muito mais” pessoas num “horário mais reduzido”, que permite a cada aluno “conciliar formação e férias”.
A irmã Célia Cabecinhas destaca ainda que cada dia de estudo vai ser “dedicado a uma temática, com um professor diferente”: ‘A Missão em S. Paulo’ (D. António Couto, bispo de Lamego); ‘A Evangelização na Época dos Descobrimentos’ (Pedro Lage Correia); ‘O caminho da Interculturalidade’ (Diana de Vallescar Palanca); ‘Os jovens e a Missão’ (Teresa Messias); ‘O sentido da peregrinação’ (Santuário Nossa Senhora de Fátima) e ‘Fratelli Tutti: desafio e missão’ (D. Armando Esteves Domingues, bispo auxiliar do Porto).
Os Institutos Missionários Ad Gentes informam que os destinatários são membros dos Institutos Missionários Religiosos, sacerdotes diocesanos, missionários em férias, seminaristas e estudantes de Teologia, candidatos ao laicado missionário, voluntários da missão, catequistas e jovens, e todos que desejam “aprofundar e alicerçar a sua fé no diálogo com o mundo multicultural, enriquecendo-se com os desafios inerentes”.
O curso tem diversos objetivos como apresentar as bases bíblico-teológicas da missão ad gentes, a reflexão da missão à luz do Vaticano II e dos documentos recentes do Magistério; apresentar exemplos concretos da “práxis missionária atual e preparar para os desafios da interculturalidade e do diálogo inter-religioso”.
Das suas experiências missionárias, a irmã Célia Cabecinhas, religiosa da Congregação das Irmãs Concepcionistas ao Serviço dos Pobres, destacou a vivência com o povo moçambicano, em 1995, e em Timor-Leste, de 2007 a 2011.
No Programa ECCLESIA, transmitido hoje na RTP 2, o padre Tony Neves lembrou a sua experiência missionária ad gentes que também começou em África, mais concretamente em Angola, “pouco tempo antes de cair o ‘Muro de Berlim’, e foram cinco anos muito intensos, muito duros”.
“Estive no epicentro da Guerra Civil de Angola, sobretudo no Huambo, e essa dureza acrescentou muito à missão como experiência de partilha da má sorte e da sorte das populações onde somos enviados. Essa foi a experiência inicial, foi a que me marcou mais”, desenvolveu o coordenador mundial do Gabinete de justiça, paz, integridade da criação e diálogo inter-religioso dos Missionários do Espírito Santo (Espiritanos).
PR/CB
