Portugal: Conclusões de inquérito sobre realidade familiar vão ajudar Instituto Secular das Cooperadoras da Família a atualizar missão

Conceição Vieira e Elisabete Puga abordam realização de estudo que é apresentado em Fátima, no âmbito do congresso internacional em honra dos 100 anos da ordenação sacerdotal do padre Joaquim Alves Brás

Lisboa, 16 mai 2025 (Ecclesia) – O Instituto Secular das Cooperadoras da Família (ISCF) vai apresentar este sábado, em Fátima, os resultados do inquérito sobre “A Família na sociedade contemporânea”, que vão ajudar a atualizar a missão que desenvolve.

“Será uma ajuda muito grande para percebermos melhor qual a missão hoje, o que é que nos é pedido, o que é que a sociedade de hoje e a Igreja nos pede como Cooperadoras da Família, como Instituto Secular e como um instituto que está, de facto, voltado para a família”, afirmou Elisabete Pulga, do Conselho geral do ISCF, em entrevista ao Programa ECCLESIA, transmitido hoje na RTP2.

O estudo, que começou a ser promovido no final de 2024 pelo ISCF e pela Universidade Católica Portuguesa, teve como objetivo perceber a “mudança que se operou no âmbito da família e nas dinâmicas das relações familiares”, explica Conceição Vieira, coordenadora geral do ISCF.

“Eu sinto que nos dará critérios de leitura da realidade que depois nos podem levar a conceber também a forma de atuar junto das famílias de outra maneira” e a descolar da imagem de família tradicional, que “passava valores”, enquanto a de hoje está “mais ligada aos afetos”, indica a responsável.

As Cooperadoras da Família querem dar atenção às “famílias reais”, reconhecendo que há algumas que vão procurando o ISCF, mas que ainda existe “medo”, tendo por isso que ir ao encontro delas.

“O movimento da Igreja, se calhar, acolhe mais aqueles que estão dentro da Igreja e hoje sentimos essa necessidade de ir ao encontro de todas as famílias e que elas percebam que há um espaço aberto para todas também e esse é um dos grandes desafios e que nos parece, de facto, um ponto fulcral neste momento da história”, assinalou Elisabete Puga.

A apresentação do inquérito realiza-se no congresso internacional com o tema “Atravessados pelo Amor e pela Esperança” – ‘Cuidar as Famílias com(o) o Pe. Brás’”, promovido pelo ISCF, este sábado e domingo, no Centro de Estudos de Fátima.

Depois do padre e investigador Eduardo Duque apresentar o inquérito, pelas 15h30, seguem-se vários workshops com oradores de várias áreas, que vão dar diferentes perspetivas sobre a família: Alfredo Teixeira – sociólogo, Juan Ambrosio – teólogo, Jorge Cotovio – pedagogo, Assunção Cristas – ex-ministra.

“A família contém em si todas estas dimensões e esta abordagem tem que ser multifacetada e tem que ser pluridimensional, senão focamo-nos apenas num aspeto e descuramos outros que são fundamentais para compreender a realidade total e o todo da família”, destaca Conceição Vieira.

O congresso também vai ouvir também três casais, em diferentes etapas do crescimento familiar, e perceber aquilo que esperam da Igreja e das Cooperadoras da Família.

Elisabete Puga realça que a escuta de necessidades é o primeiro passo para depois se poder atuar junto das famílias.

O congresso internacional insere-se na dinâmica de celebração dos 100 anos de ordenação sacerdotal do padre Joaquim Alves Brás, tendo como objetivo trazer ao de cima quem foi o fundador do ISCF e a continuidades das suas obras, mas sobretudo sublinhar a intuição do seu pensamento, esclarece Conceição Vieira.

“A família era uma realidade que lhe estava no coração e que realmente fez parte das suas grandes preocupações pastorais”, menciona a coordenadora geral do ISCF.

Conceição Vieira aponta que há uma “sintonia muito grande entre o pensar do padre Brás sobre a família e os meios que criou e que desenvolveu para apoiar a família e aquilo que é hoje a preocupação da Igreja”.

A responsável salienta que o fundador do ISCF defendia que a família precisava de apoio, de ser cuidada, sendo também um dos seus traços fundamentais a dignificação da mulher.

As Cooperadoras da Família desenvolvem um conjunto de atividades em várias áreas, nomeadamente na infância e juventude, através da educação e formação, que, ressalta Elisabete Puga, “foi um dos pilares que esteve na base de toda a atividade do padre Brás”.

Também junto das famílias, o ISCF dinamiza a Obra de Santa Zita, Centros de Cooperação Familiar e o Movimento por um Lar Cristão, bem como perto dos idosos, com lares, Centros de dia e Serviço de Apoio ao Domiciliário.

O Instituto Secular das Cooperadoras da Família nasceu em 1933, fundado pelo padre Joaquim Alves Brás, sacerdote da Diocese da Guarda, que tem como Carisma e missão próprios e específicos “O cuidado da santificação da Família, fonte de vida humana e agente de transformação do mundo”.

A 5 de maio, a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) publicou uma nota pastoral sobre o centenário da ordenação sacerdotral de Joaquim Alves Brás, homenageando um “homem atento, de coração compassivo”.

LS/LJ/OC

Sociedade: Estudo a partir de um «grande inquérito» vai fazer uma «leitura da realidade familiar em Portugal» (c/vídeo)

Partilhar:
Scroll to Top