Em causa estão 65 milhões de pessoas «que merecem respeito e dignidade», diz Eugénio Fonseca
Lisboa, 20 jun 2017 (Ecclesia) – A Cáritas Portuguesa assinalou hoje o Dia Mundial do Refugiado com a defesa de “mais acolhimento e solidariedade” para as pessoas que, devido a contextos de guerra e de injustiça social têm de deixar os seus países.
No seu comunicado, enviado à Agência ECCLESIA, a organização solidária católica realça que “a Europa” deve ser “capaz de definir políticas de acolhimento que vão além” das atuais medidas, que têm demonstrado ser insuficientes.
Não podemos ter só “mais do mesmo”, aponta a Cáritas, que quer vincar neste dia “a sua crescente preocupação para com esta realidade”, que já envolve mais de 65 milhões de pessoas em todo o mundo, entre refugiados e deslocados.
“É necessário que se definam políticas de proteção aos migrantes e refugiados e, também, à população dos países de acolhimento, como Portugal, para que não tenham medo de abrir as suas portas a estas famílias que vêm em situações de grande fragilidade e que merecem ser tratadas com respeito e com dignidade”, realça o presidente da instituição, Eugénio Fonseca.
Atualmente, o organismo português está empenhado não só no “apoio a projetos” ligados à realidade dos refugiados e deslocados, mas também na defesa dos direitos dessas pessoas.
Em Portugal a Cáritas é uma das organizações fundadoras da Plataforma de Apoio ao Refugiado, que congrega dezenas de instituições cristãs e da sociedade civil.
Promove também vários projetos nacionais e locais, através das Cáritas Diocesanas, que dão apoio e resposta às necessidades dos muitos migrantes que vivem no país.
No plano internacional, está integrada na rede Cáritas com 160 instituições que estão a participar numa campanha intitulada ‘Partilhar a viagem’, que vai ser lançada em setembro de 2017.
O objetivo será “durante dois anos mobilizar esforços e recursos” no sentido de criar condições para a existência daquilo que o Papa Francisco tem apelidado de uma verdadeira “cultura de encontro”.
Em preparação está também o lançamento de um projeto, em parceria com 11 países europeus, intitulado MIND – Migrações, Interligação e Desenvolvimento.
Entre as preocupações da Cáritas Portuguesa estão países como a Síria, que está em guerra civil há mais de seis anos e que é hoje um dos países com mais refugiados e deslocados.
Estão também nações como o Líbano, a Jordânia, a Sérvia, a Turquia e a Grécia, que estão entre as regiões que até agora acolheram um maior número de refugiados.
Com o lançamento de várias iniciativas, como a campanha de Natal ’10 milhões de estrelas’, tem sido possível à Cáritas nacional fazer chegar o apoio dos portugueses àqueles que mais precisam.
JCP