Frei Fernando Alberto Cabecinhas assinala importância do «contágio» para chegar a mais pessoas
Fátima, 28 ago 2019 (Ecclesia) – O superior dos Franciscanos Capuchinhos em Portugal afirmou que é por “contágio” que se difunde o interesse pela Bíblia, falando durante a Semana Bíblica Nacional que decorre em Fátima
“É o livro que ilumina todas as nossas situações da vida e é importante esta luz para a vida dos cristãos e através do seu compromisso de vivência da palavra de Deus para o mundo inteiro”, disse frei Fernando Alberto Cabecinhas à Agência ECCLESIA.
O religioso afirmou que é através do “contágio” de quem se “deixa iluminar, transformar” pela Palavra de Deus que se consegue que a Bíblia tenha importância central na vida das pessoas.
“Pergunta-se: o que é se passou naquela pessoa? Este contágio daquilo que a Palavra de Deus pode fazer em nós e daquilo que contagiados podemos fazer. Um passo muito importante que é preciso apostar cada vez mais e depois todas as outras possibilidades de divulgação, de convite direto ou indireto”, desenvolveu o provincial dos Capuchinhos em Portugal.
Maria do Rosário Orta, professora de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) no Fundão, Diocese da Guarda, salienta que os alunos têm interesse na Bíblia e “é muito útil descobrirem a Sagrada Escritura”, que tem de ser “inserida no povo de Deus e no contexto histórico em que foram escritos aqueles 73 livros maravilhosos”.
“Costumo abordar mais o religioso no Natal e Páscoa com a iluminação da Palavra para que sejam cidadãos proativos”, acrescenta.
A entrevistada participa na Semana Bíblica Nacional há 17 anos, uma formação profissional e pessoal, uma vez que “o estudo da Bíblia nunca está feito, é um estudo permanente e um avançar na descoberta do povo de Deus que é qualquer coisa de fabuloso”.
‘A Bíblia, fonte e alegria da missão’ é o tema da 42.ª Semana Bíblica Nacional, em sintonia com o Ano Missionário especial que a Igreja Católica em Portugal está a viver, até outubro.
Pareceu-nos que seria importante orientar a missão e não esquecer que nasce da Palavra de Deus que é fonte de toda a nossa vida e também desta dimensão missionária da Igreja. Sem a Palavra de Deus não há missão, sem conhecer e aprofundar, e depois a alegria, como nos tem convidado o Papa Francisco não pode haver vida cristã sem testemunhar esta dimensão da alegria e isso é importantíssimo na missão da Igreja, na missão dos cristãos”, explicou frei Fernando Alberto Cabecinhas.
‘A Bíblia na tua vida e na tua experiência missionária de vontuntário/a’ deu o mote à mesa-redonda desta terça-feira, na qual religiosos convidaram quatro jovens que partilharam vivências em Portugal, a ‘Missão País’, e em Timor-Leste e Moçambique.
Em declarações à Agência ECCLESIA, Luís Silva explicou que se a Bíblia já o acompanhava e tinha acesso sempre que queria antes dos 10 meses que viveu em Timor-Leste, em 2017, “agora mais” porque viu uma “experiência quase inversa” de um povo que, “apesar de algumas partes estarem traduzidas para Tétum, não têm o livro inteiro”.
“Em Timor foi perceber que não tinham um acesso como eu tinha e uma redescoberta minha pegar em passagens que já conhecia e tentar explicá-las noutra língua, cultura, e esse processo traz imagens novas”, desenvolveu o engenheiro eletrónico de 27 anos.
Luís Silva explicou que, antes de partir, existiram “momentos de dúvida” e o que foi “acompanhando e fortalecendo muito é a Palavra de Deus”, os exemplos de Abraão, Moisés, do povo que sai do Egito para quem “Deus tinha uma coisa boa preparada.
“Essa certeza que também tinha uma coisa boa para mim leva a ultrapassar os medos e receios”, realçou, adiantando que “apesar das dificuldades dos momentos em missão” existem “sentimentos de felicidade e saudade”.
A 42.ª Semana Bíblica Nacional, dinamizada pelo Movimento Bíblico dos Franciscanos Capuchinhos, termina esta quinta-feira depois da conferência ‘Maria, Estrela da evangelização’ da diretora do Colégio de Nossa Senhora de Lourdes, a irmã Helena Maria, e da Eucaristia presidida por D. Joaquim Ferreira Lopes, bispo português Capuchinho que foi responsável pela Diocese de Viana, em Angola, até fevereiro desde ano.
Frei Fernando Alberto Cabecinhas contextualiza ainda que os Capuchinhos, atualmente, têm uma proposta de Missão Evangelizadora Itinerante, onde três frades são “uma presença franciscana evangelizadora propondo atividades e privilegiando a formação bíblica do povo de Deus e a leitura orante”, missionários em Angola e em Timor Leste, desde 2003, numa missão internacional para levar a “Palavra de Deus e de implantação da Ordem”.
A Ordem dos Frades Menores Capuchinhos surgiu em 1525 e a província portuguesa foi criada há 50 anos, a 29 de junho de 1969, quando já tinham fraternidades em Barcelos, Porto, Gondomar, Fátima, Lisboa e Coimbra.
CB/OC