Portugal: Bispos do Iraque e da Síria vão falar da situação da perseguição aos cristãos

Responsáveis convidados pela Fundação Ajuda à Igreja que Sofre

Lisboa, 11 nov 2013 (Ecclesia) – A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) vai trazer a Portugal D. Shlemon Warduni, bispo auxiliar de Bagdade, no Iraque, e de D. Samir Nassar, arcebispo de Damasco, na Síria, para relatar a vida dos cristãos nesses países.

“O objetivo destas visitas é testemunhar a situação dos cristãos no meio da confusão, pobreza e conflito armado que se vive no Iraque e na Síria”, informa organização católica, num comunicado enviado à Agência ECCLESIA.

D. Shlemon Warduni, bispo auxiliar de Bagdade, Iraque, vai estar em Portugal de 23 a 27 de novembro e D. Samir Nassar, arcebispo de Damasco, Síria, vai estar em Portugal de 29 de novembro a 2 de dezembro e da agenda constam conferências com os jornalistas.

A visita dos prelados coincide com a apresentação da campanha de Natal da Fundação AISque vai apoiar os refugiados na Síria e também nos países limítrofes, como a Turquia, do Líbano e da Jordânia.

O último relatório da AIS analisa o período de 2011-2013 e concluiu que em 75% dos casos verificados no mundo, em que alguém foi perseguido por motivos religiosos, a vítima foi sempre um cristão.

“Neste relatório são monitorizados 30 países e a situação piorou, os casos são de maior violência, de uma maior perseguição e neste momento os cristãos são a religião mais perseguida”, assinala Catarina Martins, diretora da AIS em Portugal.

[[v,d,4288,]]O programa «70X7» deste domingo apresentou o testemunho de um iraniano convertido ao cristianismo que teve de fugir do seu país.

“Existe uma lei no Irão que impede um muçulmano de se converter e isso é uma regra imperativa. Tive amigos que foram julgados, apanharam penas de prisão e alguns foram torturados”, explicou o refugiado iraniano em Lisboa, que manteve o anonimato por questões de segurança.

“Os que se convertem ao cristianismo têm uma força espiritual muito grande e querem tornar-se melhores pessoas”, testemunha.

A 6564 quilómetros de casa, o entrevistado revelou que nasceu numa família muçulmana, como mais de 98% da população do país.

“Podemos dizer que existe medo entre a comunidade cristã no Irão e que os cristãos convertidos estão completamente à sua sorte”, assinalou o refugiado que relata a existência de uma Igreja clandestina.

O culto realiza-se alternadamente em casas ou caves e as orações são feitas “em silêncio ou em voz muito baixa” para não serem descobertos e “não pode haver nem música nem cânticos”.

Segundo o relatório da AIS, “a opressão leva à questão da sobrevivência do cristianismo em regiões onde até há pouco tempo a Igreja tinha numerosos fiéis e desempenhava um papel ativo na vida pública”.

O professor universitário João César das Neves assinala que esta conjuntura é mais cíclica que estrutural ou seja “sempre houve perseguição, sempre vai haver e as mudanças têm a ver com circunstâncias políticas pontuais”.

“Os cristãos são os mais perseguidos porque o cristianismo é a única religião realmente globalizada. O islamismo está espalhado por outras áreas que não são árabes mas muito menos que o cristianismo e tirando estas duas os resto praticamente não tem globalização”, acrescentou.

PA/CB/OC

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