Portugal: Bispo do Porto desafia leigos a mudar «modelo predominante» de educação das crianças

D. António Francisco do Santos presidiu à Missa de Encerramento do Encontro Nacional de Leigos

Porto, 26 jan 2014 (Ecclesia) – O bispo do Porto pediu aos cristãos que “não reduzam” o ser humano a números e que as crianças sejam educadas para o “ser”, para o “diálogo, reconciliação” e não para a “a competitividade e “rivalidade”.

“O modelo predominante da sociedade europeia contemporânea diz-nos que as crianças são ensinadas mais para ‘ter’ do que para ‘ser’”, alertou D. António Francisco dos Santos este sábado na Missa de Encerramento do II Encontro Nacional de Leigos.

Para o bispo do Porto as crianças são educadas, muitas vezes, “mais para a afronta e para a violência” do que para a reconciliação, o diálogo, a mansidão e para a paz”.

O modelo de sociedade atual “facilmente empobrece as pessoas” uma vez que retira generosidade e provoca “um vazio de sentido e uma ausência de esperança”, considera.

D. António Francisco dos Santos disse aos participantes do II Encontro Nacional de Leigos, promovido pela Confederação Nacional das Associações de Apostolado dos Leigos (CNAL)  que a procura de liberdade, de comunhão e de paz é “atendida” com “objetos que o dinheiro compra”, mas que "o afeto do coração e a dádiva da vida não trabalharam suficientemente".

“Por isso verificamos por entre tristezas, desilusões e medos que esta sociedade que aparentemente crescia depressa em bem-estar, progresso e abundância não cresceu em solidariedade, em respeito, em gratidão, em responsabilidade e em preocupação pelos outros”, desenvolveu.

O II Encontro Nacional de Leigos teve como tema "Recolocar o homem no centro da sociedade, do pensamento e da vida" e realizou-se, este sábado, no Centro de Congressos da Alfândega do Porto.

D. António Francisco dos Santos afirmou que os leigos devem ser “protagonistas” e não apenas destinatários da missão da Igreja de “ser fermento” de um mundo novo e “luz no candelabro” da cultura do tempo atual.

Na homilia, publicada no sítio online da Diocese do Porto, o prelado explicou que um dos contributos “mais belos” do Evangelho à Humanidade consiste em ajudar o homem contemporâneo a “viver com um sentido mais humano” no meio de uma sociedade em mudança civilizacional e em “procura de felicidade e de esperança”.

O bispo frisou que esta centralidade antropológica é um “desafio constante” ao testemunho dos cristãos para que não “reduzam” o ser humano a “um número”.

“Procuramos refletir sobre a realidade nos mais diversos e desafiantes horizontes. Fizemo-lo com inteligência, com humildade e sem medo”, destacou o prelado na igreja de São Francisco, no Porto.

A CNAL, promotora do Encontro Nacional de Leigos, foi criada em 2011, tem por objetivo “fomentar o discernimento cristão das realidades contemporâneas e dos desafios da sua evangelização, através da promoção do conhecimento, da reflexão e da avaliação dos sinais dos tempos”, promover a comunhão entre os leigos e contribuir para uma “maior unidade de espírito e de ação”.

CB/PR
 

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Agência ECCLESIA

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