«O Porto Santo e a Madeira tornaram-se espaços abertos à universalidade e encontro de culturas», declarou D. António Carrilho
Vila Baleira, Madeira, 02 nov 2018 (Ecclesia) – O bispo do Funchal presidiu esta quinta-feira à Missa na igreja de Nossa Senhora da Piedade, do Porto Santo, no dia em que se assinalavam os 600 anos da descoberta da ilha.
“A nossa ilha do Porto Santo está em festa! Fazemos hoje memória jubilosa dos 600 anos da chegada dos portugueses a esta terra e damos graças pelas maravilhas que Deus realizou, na multissecular história do nosso povo”, declarou D. António Carrilho, na homilia da celebração.
O responsável católico elogiou a dimensão de abertura do arquipélago madeirense, ao longo da história.
O povo das Ilhas Atlânticas, ao longo da sua história, esteve profundamente marcado pela inquietação e dinamismo missionário de levar a fé cristã a outras paragens do mundo. A insularidade não isolou as suas gentes; pelo contrário, o Porto Santo e a Madeira tornaram-se, ainda que de modo diferente, espaços abertos à universalidade e encontro de culturas”.
O bispo do Funchal destacou ainda o impacto da espiritualidade franciscana no arquipélago, fruto da presença de frades desta ordem religiosa nas expedições marítimas portuguesas, com a missão de celebrar a Missa e aspergir cada local descoberto.
“O carisma da Ordem dos Frades Menores moldou e configurou a alma das gentes do Porto Santo e da Madeira: fraternidade universal, amor às criaturas, profunda devoção ao Santíssimo Sacramento e ao Espírito Santo”, precisou.
D. António Carrilho colocou os momentos da chegada ao Porto Santo e à Madeira, bem como o seu povoamento, no séc. XV, no quadro da “epopeia dos Descobrimentos do povo luso” e da missionação portuguesa.
“Os descobrimentos projetaram Portugal, sem dúvida, para lugar de grande relevo na história da humanidade e constituem um elemento decisivo da identidade nacional e da atividade missionária da Igreja”, sustentou.
Entre as figuras evocadas, o bispo do Funchal recordou, em particular, frei Estêvão Pedro de Alencastre, nascido no Porto Santo a 3 de novembro de 1876, que emigrou com os seus pais para o Havai, onde viria a ser sagrado bispo a 24 de agosto de 1924.
“A Maria-Mãe, Senhora da Piedade, a Cheia de Graça, entregamos o povo do Porto Santo e da Madeira e seus emigrantes, pedindo a bênção do Senhor para as suas famílias, para as suas vidas e para os seus trabalhos”, concluiu, numa celebração que contou com a presença, entre outros, do presidentes da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, e do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque.
OC