Portugal: Bispo de Setúbal e 10 seminaristas viajaram ao «encontro» da «Igreja-irmã» de Bragança-Miranda

D. José Ornelas destaca «outra importante dimensão do padre e do serviço que realiza na Igreja»

Foto: Secretariado Diocesano das Comunicações Sociais de Bragança-Miranda

Bragança-Miranda, 30 ago 2018 (Ecclesia) – O bispo de Setúbal e dez seminaristas da diocese sadina viajaram até à Diocese de Bragança-Miranda, “ao encontro de uma Igreja-irmã”, e criaram “um espaço de convívio”, entre 24 e 27 de agosto.

“Para além dos encontros habituais, que ocorrem durante o ano, sobretudo no ambiente do próprio seminário, este peregrinar juntos pretendia ser expressão de um caminho em comum feito de conhecimento mútuo, de atenção e reflexão sobre a realidade que nos rodeia, como atitude determinante para a criação de amizades e de espírito de Igreja entre nós”, disse hoje D. José Ornelas.

Em declarações à Agência ECCLESIA, o bispo de Setúbal salienta que ser Igreja e particularmente fazer parte do seu presbitério “significa ser congregados pelo Espírito de Deus numa comunhão de unidade e de serviço”, por isso, é necessário “criar laços de conhecimento mútuo, estima, interajuda e colaboração”.

“Como nas famílias, dar tempo e espaço para consolidar e desenvolver o conhecimento e o afeto é essencial para construir uma Igreja que não seja apenas instituição, mas espelhe a renovação da mente e do coração, criando novos relacionamentos e novas colaborações”, desenvolveu.

D. José Ornelas contextualizou que esta “tradição” de viajar com os seminaristas foi “felizmente criada pelos bispos anteriores” e, antes de chegarem ao nordeste transmontano, passaram também pelo Carmelo de Coimbra e visitaram o mosteiro de Lorvão.

Outro objetivo da viagem, realizada entre 24 e 27 de agosto, foi partir ao encontro de uma “Igreja-irmã” que faz parte de “outra importante dimensão do padre e do serviço que realiza na Igreja”, uma vez “não é ordenado apenas para um grupo de pessoas, para uma única comunidade”, embora seja esse o primeiro círculo da sua ação.

Neste âmbito, destacou que foi “especialmente gratificante sentir a hospitalidade” em Bragança-Miranda, através do acolhimento do seu bispo, D. José Cordeiro, do padre José António Machado e de tantos outros, que abriram as portas de igrejas e instituições, “mas sobretudo do coração”.

Segundo o prelado foi “muito interessante e enriquecedor entrar em contato com a natureza, as pessoas, as virtualidades e desafios do interior do país” e revelou que estão “particularmente sensíveis à realidade da desertificação do interior” e das suas consequências, como “a realidade que os incêndios vieram pôr a nu”.

“Ser parte da Igreja deste país, qualquer que seja o lugar onde nos encontremos, não pode esquecer esta realidade. Só assim se pode construir um país mais solidário e uma Igreja mais atenta aos problemas e perspetivas de todos”, explicou.

D. José Ornelas e os 10 seminaristas maiores estiveram no Santuário diocesano do Imaculado Coração de Maria de Cerejais, conheceram a diocese transmontana e a sua realidade pastoral, e estiveram também em Bragança e Miranda.

“É muito bom cultivar o conhecimento recíproco e a amizade entre as Dioceses. Foi um belo momento de encontro, oração, amizade e partilha pastoral. Damo-nos conta que os problemas são comuns, mudam apenas os endereços”, disse D. José Cordeiro também em declarações à Agência ECCLESIA.

O bispo de Bragança-Miranda observa que a formação presbiteral, inicial e permanente, é uma realidade e atitude “sempre presente na vida” de cada diocese e “a prioridade” de cada bispo e do seu presbitério.

“O seminário é um laboratório de esperança para o futuro”, realçou, destacando que foi com “enorme alegria e gratidão” que acolheram a comitiva da Diocese de Setúbal no Santuário diocesano do Imaculado Coração de Maria de Cerejais.

D. José Cordeiro revela que este ano “Deus dá a graça” de terem sete seminaristas maiores e, em breve, esperam “fazer o mesmo em relação à Diocese de Setúbal com os seminaristas maiores e formadores”.

“Assim possamos todos – comunidades, padres, bispos – fazer desta atitude a imagem de marca do ser Igreja; uma Igreja que acolhe bem os irmãos e irmãs de dentro; uma Igreja que acolhe com redobrado carinho os que não têm quem os acolha, neste mundo que, em vez de abrir portas ergue muros ou vira a cara para o outro lado”, acrescentou por sua vez o bispo de Setúbal.

CB

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