Portugal: Bispo de Leiria-Fátima critica políticos que esquecem o «bem-comum»

D. António Marto lembrou discurso recente do Papa à Cúria, que assenta «como uma luva» aos que servem «interesses próprios, partidários ou de certos lobbies»

Fátima, Santarém, 02 jan 2015 (Ecclesia) – O bispo de Leiria-Fátima classificou os 15 “pecados” que o Papa apontou à Cúria e à Igreja Católica em geral, e a realização do Sínodo da Família como dois dos grandes destaques de 2014.

Na missa que marcou o início da entrada no novo ano, no Santuário de Fátima, D. António Marto referiu-se à mensagem que Francisco transmitiu durante o seu encontro de Natal com a Cúria Romana, a 22 de dezembro último.

Nessa ocasião, o Papa argentino “enumerou quinze doenças espirituais que podem afetar quem tem lugares de liderança na Igreja”, como o “alzheimer espiritual”, a  “esquizofrenia existencial”, o “sentir-se imortal”, o “martismo”, a “petrificação mental e espiritual”, a “excessiva planificação” e a “má coordenação”.

“A comunicação social”, apontou o bispo de Leiria-Fátima, “deu grande destaque” ao discurso do Papa apresentando-o como um catálogo de pecados da hierarquia e um puxão de orelhas”.

No entanto, “o próprio Papa estende a exortação às comunidades, aos movimentos e organizações cristãos”, recordou D. António Marto.

Ao mesmo tempo, prosseguiu o prelado, a intervenção do Papa Francisco “cai que nem uma luva aos políticos que queiram servir interesses próprios, partidários ou de certos lobbies, e não o bem-comum”.

“O discurso do Papa é verdadeiramente muito denso, forte e contundente como já há mil anos não se ouvia. Convida-nos sobretudo a um profundo exame de consciência, revisão de vida pessoal e comunitária”, asseverou.

Na sua homilia, disponibilizada no site da Diocese de Leiria-Fátima, D. António Marto realçou ainda a importância da reflexão que o Vaticano está a promover ao nível da Família, e que se vai prolongar em 2015.

“A família merece este trabalho pastoral renovado para a felicidade dos seus membros e para o bem da sociedade. Como também requer uma viragem na política de apoio familiar”, observou o prelado.

Para aquele responsável católico, é fundamental “colocar a família no centro da atenção e ação políticas é colocar no centro da política o presente e o futuro da sociedade”.

O bispo de Leiria-Fátima teceu estas considerações durante a eucaristia de fim de ano, com Te Deum de ação de graças, celebrada quarta-feira na Basílica da Santíssima Trindade.

Uma celebração que foi depois seguida de consagração do ano novo ao Imaculado Coração de Maria, seguida do gesto da Paz, na Capelinha das Aparições, que foi acompanhada por cerca de três mil pessoas.

CCSSF/JCP

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Agência ECCLESIA

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