D. Manuel Linda escreve no Semanário Ecclesia sobre a ameaça de não «respeitamos as convicções íntimas»
Lisboa, 25 jul 2014 (Ecclesia) – O bispo das Forças Armadas e de Segurança alerta para o esvaziamento da democracia que afirma, estar a acontecer nas sociedades que querem impor um “pensamento único”.
“Ou concebemos a pessoa como subjectividade auto-consistente que se manifesta em consciência e liberdade ou a reduzimos a uma peça da máquina social, substituível e intercambiável por um qualquer construtivismo social. O regime que resulta da primeira chama-se democracia; o fruto da segunda é a ditadura ou tirania”, escreve D. Manuel Linda na última edição do semanário Ecclesia.
Em causa, escreve o responsável, uma “fúria” do presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama, “porque um tribunal superior deu razão a dois fortes grupos económicos que se recusaram distribuir aos seus funcionários métodos anticoncepcionais e abortivos”.
Relembra, D. Manuel Linda, que também o governo alemão “há uns anos, planeava obrigar os hospitais católicos à prática do aborto e esterilização. Por sua vez, o anterior governo espanhol, levou ao extremo esta fúria impositiva do «pensamento único» e fez uma lei que, se fosse cumprida, mandaria para a prisão, pelo menos, cinquenta por cento da população, aquela parte que se recusa a pensar que a homossexualidade e heterossexualidade é apenas uma questão de livre escolha ou que as uniões gay são iguaizinhas ao matrimónio de um homem com uma mulher”.
O bispo das Forças Armadas alerta para a necessidade de estar “de sobreaviso” e “não esconder a cabeça na areia quando os sintomas tornam a doença por demais evidente”.
D. Manuel Linda afirma a importância de “respeitar as convicções íntimas”.
“Pessoalmente, eu vou pela irredutibilidade da pessoa a qualquer esquema de pensamento ou sistema de poder e ideologia. Por isso, defendo acerrimamente o respeito pelas convicções íntimas, sem o que a democracia se torna um simulacro de si mesma”.
Finaliza o prelado dizendo que a democracia “já muito que deixou de ser social; se também abdicar de exprimir a dignidade pessoal e coletiva da pessoa, que fica dela?”, questiona o prelado.
LS