Comissão Episcopal da Cultural, Bens Culturais e Comunicações Sociais destaca investimento feito na transmissão da mensagem religiosa
Lisboa, 25 set 2012 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal da Cultural, Bens Culturais e Comunicações Sociais espera que a passagem do “Átrio dos Gentios” por Guimarães e Braga funcione como “mais uma porta” aberta entre Igreja e Sociedade.
Em entrevista ao Programa ECCLESIA desta segunda-feira, na RTP2, D. Pio Alves salienta que “a Igreja não pode nem deve estar fechada sobre si mesma” e mostra-se convicto de que o evento marcado para 17 e 18 de novembro permitirá inclusivamente “desconfessionalizar” algumas “opiniões” que dividem “crentes e não crentes”.
Segundo o prelado, o tema que estará em debate, “O Valor da Vida”, aponta para a discussão de inúmeras matérias, “muitas delas sem qualquer caráter religioso”.
O “Átrio dos Gentios”, promovido pelo Conselho Pontifício da Cultura, organismo da Santa Sé, chega pela primeira vez a Portugal depois de passar por diversas cidades europeias, como Paris, Barcelona e Estocolmo.
A sua presença em território luso está inserida na celebração de Guimarães e Braga enquanto capitais europeias da cultura e da juventude, respetivamente.
O responsável pela Comissão Episcopal da Cultural, Bens Culturais e Comunicações Sociais mostra-se satisfeito com a forma como a Igreja Católica em Portugal tem aproveitado aqueles espaços para transmitir a sua mensagem.
Ao mesmo tempo, destaca o investimento que tem sido feito em meios próprios, a começar pela aposta na comunicação através da internet.
Quanto mais a Igreja “facilitar o diálogo” nesses fóruns e se destacar pela “qualidade” e pelo “respeito”, mais hipóteses terá de “cativar” as pessoas, sublinha o bispo auxiliar do Porto.
Outro ponto estratégico para o diálogo entre a Igreja Católica e a sociedade é o património cultural e arquitetónico detido pelas diversas paróquias e dioceses.
Neste momento, a Comissão está a trabalhar em duas frentes, com o projeto “Cesareia”, que tem como objetivo colocar à disposição do público um catálogo online com a descrição de todo o espólio contido nas bibliotecas católicas; e a “Rota das Catedrais”, que prevê a recuperação e divulgação de 25 monumentos religiosos espalhados pelo país.
No que respeita ao projeto Cesareia, D. Pio Alves adianta que “estão neste momento reunidos cerca de um milhão de títulos, acessíveis a qualquer utilizador”.
“Já aderiram 22 bibliotecas do país”, entre as quais “quase todas as bibliotecas ligadas à Universidade Católica e ainda a Brotéria, da Companhia de Jesus”, acrescenta.
Quanto à Rota das Catedrais, resultante de uma parceria estabelecida entre a Conferência Episcopal Portuguesa e o Estado, suportada por apoios comunitários, neste momento “estão cerca de 10 protocolos assinados”.
De acordo com o prelado, “as intervenções não têm avançado ao ritmo que se esperava, devido ao contexto em que o país se encontra”.
A inventariação do património religioso é também “um passo fundamental” para a divulgação da herança católica e, ao mesmo tempo, para prevenir a sua delapidação.
“Se não existirem fotos nem fichas descritivas, quando acontecer algum roubo a polícia não terá condições para identificar e devolver as peças”, conclui o presidente da Comissão Episcopal da Cultural, Bens Culturais e Comunicações Sociais.
PTE/JCP