Organismo sublinha impactos negativos de pagamentos atrasados a fornecedores
Lisboa, 02 fev 2018 (Ecclesia) – A Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE) está a renovar as adesões do ‘Compromisso Pagamento Pontual’, que pretende uma nova cultura no pagamento a fornecedores e contrariar o “estrangulamento da gestão”.
“Uma economia onde apenas 16% das empresas pagam no prazo acordado (segundo dados da InformaDB de janeiro de 2018) é uma economia «gravemente doente»”, afirma o coordenador nacional do Compromisso Pagamento Pontual.
Na informação enviada hoje à Agência ECCLESIA, Jorge Líbano Monteiro destaca que o programa da ACEGE procura ser “o catalisador de uma nova cultura de cumprimento dos prazos de pagamentos aos fornecedores”, desde 2011.
Segundo os dados recolhidos, em dezembro de 2017, 84% das organizações ainda pagaram as suas faturas fora do prazo acordado; a média do atraso na sua liquidação alcançou os 25,8 dias.
A ACEGE considera que “apesar das melhorias registadas” existe ainda um “longo caminho” que deve permanecer no centro do debate ao nível das prioridades empresariais.
O responsável questiona como seria a produtividade empresarial se “as 84% das empresas portuguesas que pagam fora do prazo” não o fizessem, porque esses atrasos criam “desconfiança entre os agentes económicos”, dificultam a “decisão de investimento” e obrigam as empresas a um “esforço suplementar” para atingir níveis elevados de produtividade.
“O atraso nos pagamentos entre empresas gera um ciclo destrutivo que provoca milhares de despedimentos, falências das empresas mais frágeis e o sofrimento de milhares de famílias portuguesas”, acrescenta.
Segundo Jorge Líbano Monteiro, as empresas pagam com atraso por causa da “incapacidade pontual de tesouraria”, da “fraca gestão”, da “dificuldade de cumprimento dos procedimentos internos necessários” e também pela “decisão consciente e programada” de atrasar os prazos “para aquisição de vantagens financeiras”.
Para o coordenador nacional do Compromisso Pagamento Pontual da ACEGE estas quatro grandes razões têm na base “a falsa ideia” que o não cumprimento dos prazos de pagamento “não tem gravidade ou consequências”.
O compromisso implementado em 2011 tem 1016 adesões, incluindo 24 câmaras municipais, e a associação partilha testemunhos de autarquias e empresas, e dos responsáveis do IAPMEI – Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação, da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, e da Apifarma – Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica
A Câmara Municipal de Arganilfoi o primeiro município a aderir ao movimento, em 2015, e para o seu presidente, Luís Paulo Costa, honrar o compromisso assumido com a ACEGE “continua a ser uma indiscutível prioridade desta autarquia”.
O segundo município português foi a Figueira da Foz e João Ataíde das Neves manifesta “orgulho” porque foram lançadas as bases para transformar o município e de um prazo médio de pagamentos superior a 200 dias terminaram 2017 com uma estimativa de pagamento em 23 dias.
A partir das opiniões recolhidas, a ACEGE realça que pagar a horas é um exercício ético que “contribui não só para o sucesso empresarial” como também para “a competitividade da economia”.
A Associação Cristã de Empresários e Gestores disponibiliza na internet o formulário para aderir ao Compromisso Pagamento Pontual e tem um sítio online para dar a conhecer a iniciativa.
CB/OC