Portugal: «Instituições não estão preparadas para assegurar o aumento do salário mínimo proposto» – Manuel Lemos

Presidente da União das Misericórdias Portuguesas preocupado com o impacto onde não há «soluções fáceis»

Foto: União das Misericórdias

Lisboa, 13 dez 2021 (Ecclesia) – Manuel Lemos, presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), disse à Agência ECCLESIA que as “instituições não estão preparadas”  para assegurar” o aumento do salário mínimo proposto. 

“É uma preocupação com impacto o aumento do salário mínimo nas instituições. Não se discute o aumento, que é justo, mas as nossas instituições, Misericórdias e Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS), com o aumento de 40 e tal euros por mês, é um valor que as instituições não estão preparadas para assegurar”, assegura em declarações à Agência ECCLESIA.

Esta foi uma das preocupações que surgiu na Assembleia-Geral da UMP que aconteceu este sábado, em Fátima.

“É uma realidade ainda mais agravada pelo período eleitoral que estamos a atravessar e não é fácil para o Estado assumir encargos sem orçamento; para nós as soluções não são fáceis mas trabalhamos em alguma hipóteses “, reforça o responsável.

No encontro foi aprovado o plano de ação para o próximo ano onde se insere “a capacitação e informação com as misericórdias que se espera continuar”. 

Também o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), programa de aplicação nacional, com um período de execução até 2026, Manuel Lemos aponta que é “intolerável” devido ao valor da reabilitação, “que é o mesmo que dizerem não façam reabilitação”.

Manuel Lemos mostra-se preocupado com o tempo de pandemia mas informa que deu conta que as “vacinas fazem efeito” e que há uma semana tinham 44 surtos no setor todo, número bem menor que há um ano. 

Nesta assembleia-geral as Misericórdias votaram por maioria a proposta do secretariado nacional quanto à gestão das instituições anexas.

“Ao longo dos anos criámos anexas, como o Centro João Paulo II, por exemplo, e  agora temos de arranjar um modelo de gestão ligado à União mas que permita gestão autónoma e o secretariado da União fique mais livre para o apoio às suas associadas”, refere.

SN

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