Portugal: ACEGE quer desafiar líderes empresariais a «distribuírem mais valor» e a atuarem de «forma mais justa» (c/vídeo)

Associação realiza Congresso Nacional, na sexta-feira e sábado, no Centro de Congressos de Lisboa, centrado no tema “Construtores da esperança”

Lisboa, 26 mar 2025 (Ecclesia) – A Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE) quer desafiar os líderes empresariais a distribuírem mais valor e a atuarem com mais justiça, baseando-se nos valores cristãos.

“Queremos desafiar os líderes empresariais a recriarem as suas realidades, criarem mais valor, distribuírem mais valor e atuarem de uma forma mais justa, serem corajosos, de uma forma também prudente, com bom senso, mas a apontar ao futuro e a apontar ao outro, não necessariamente a apontar ao lucro e ao sucesso pessoal”, afirmou o presidente da ACEGE ao Programa ECCLESIA, transmitido hoje na RTP2.

Em entrevista a propósito do Congresso Nacional da ACEGE, que se realiza na sexta-feira e sábado, no Centro de Congressos de Lisboa, João Pedro Tavares refere que este “vai ser um momento de celebração”, “de encontro”, de reflexão” e uma oportunidade de “olhar o passado para melhor projetar o futuro”.

“Construtores da Esperança” é o tema da iniciativa, respondendo ao desafio lançado pelo Papa com o Jubileu 2025, apontando a uma “Esperança que não engana, que não é necessariamente otimismo”, indicou o responsável.

João Pedro Tavares lamenta que nem sempre existe relação entre a esperança e a realidade empresarial, defendendo que é necessário que os líderes realizem revisão de forma de atuação: “Nós somos líderes que geramos esperança ou somos líderes que castigam? Somos líderes que curam ou líderes que dividem?”.

“Temos que nos questionar onde é que nos posicionamos e nós, ACEGE, temos trazido cada vez mais valores não económicos para o mundo do trabalho, para a forma de liderança, para inspirar os líderes empresariais, desde logo a viver o amor e a verdade como critérios de gestão”, destacou.

O presidente da ACEGE defende que seguir as normas éticas no seio das empresas “não é um empecilho e pelo contrário, não é um intruso, mas um aliado” para os desenvolvimentos económico, empresarial e para o crescimento das pessoas como um todo.

Foto: ACEGE

O Congresso Nacional da ACEGE arranca no dia 28 de outubro com uma Missa presidida pelo patriarca de Lisboa, D. Rui Valério, a que se segue a sessão de abertura, com a presença do presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

O segundo dia inclui a abordagem a vários temas como “Um olhar de esperança no mundo atual”, “A esperança e o trabalho: o que nos diz a Ciência?”, “Líderes com esperança ao longo da história”, “O impacto da esperança nas empresas”, “O desafio da IA à esperança e à humanização das empresas”.

Foto: ACEGE

“Como é que vai ser com a inteligência artificial no futuro? É um tema que vamos abordar também no nosso congresso. A inteligência artificial vai retirar na totalidade o lugar às pessoas? É algo de mal? É um intruso que também vem aqui alterar as regras de jogo? Nós acreditamos que não. O desafio não está na inteligência artificial, está no modo como for usado e na forma, na finalidade última”, declarou.

Questionado sobre a adesão de novos empresários à ACEGE, João Pedro Tavares dá conta que a associação tem tido sobretudo “uma diversidade enorme de associados”, de idades, bem como lugares específicos para as futuras gerações.

“Temos tido esse sucesso que se mede não tanto pelo número, que é crescente, mas pelo vínculo e portanto nós temos cada vez mais associados, comprometidos e a quererem levar para a prática tudo aquilo que estamos aqui a propor”, relata.

Foto: ACEGE

O encontro da ACEGE vai incluir também a tomada de posse dos órgãos sociais ACEGE 2025/2028 e o discurso do novo presidente eleito.

Em conclusão do mandato, João Pedro Tavares refere que para o próprio “liderar é servir”, sendo este um serviço ao qual se dedicou “durante nove anos”, acrescentando que está muito entusiasmado com as perspetivas futuras e as possibilidades.

O responsável garante que não se vai afastar na totalidade, salientando que ACEGE cresceu “muito em termos de participação, de impacto, de visibilidade, de reconhecimento e de mobilização”.

“A ACEGE também, ela de per si, tem de ser construtora da esperança. E tem de ser um sinal de esperança para a sociedade portuguesa, é reconhecida como tal e é assim que vai continuar”, desenvolveu, realçando a ligação com os jovens.

“Eu não posso preparar o futuro sem incluir os jovens a participarem ativamente. E eles têm muito a trazer”, concluiu.

HM/LJ/OC

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