Portugal: «A Igreja tem de criar espanto nos jovens» – Pedro Carvalho

Neste Dia Mundial da Juventude, o novo coordenador do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil é o entrevistado da Renascença e da Agência Ecclesia

Foto: RR/Beatiz Pereira

Entrevista conduzida por Henrique Cunha (Rádio Renascença) Octávio Carmo (Agência Ecclesia)

A Conferência Episcopal decidiu nomear um coordenador do DNPJ com disponibilidade a tempo inteiro para esta função. A primeira pergunta é como é que encaras este desafio?

Bem, vamos por partes. Primeiro, um grande obrigado. E um grande obrigado à Conferência Episcopal e na pessoa também do D. Nuno Almeida pela ousadia de desafiar uma pessoa comum, entre tantos, que poderiam ser aquilo que eu vou estar a fazer, que é liderar o Departamento Nacional da Pastoral Juvenil. Depois, também, uma palavra para o Nuno Camelo e deixar a minha profunda gratidão pelo trabalho desenvolvido por ele e pela sua equipa nos últimos anos e também estender esta gratidão a todos aqueles que já serviram também o Departamento Nacional. E última nota mais pessoal, à Igreja da Aveiro, que me deu todas as oportunidades, na paróquia e na diocese, na pessoa do D. António, porque penso que também esse trabalho abriu portas para aquilo que eu vou fazer agora. E numa frase, sim, eu aceitei, estou em pleno e eis-me aqui para escutar, refletir e agir com os jovens portugueses

 

Isso implica mudanças profissionais e familiares?

Sim, mais profissionais. Familiares, como é óbvio… isto foi completamente inesperado, não estava no meu plano de vida e, portanto, obrigou-me a alguns dias de reflexão e discernimento e a primeira pergunta era “o que é que eu posso ajudar, o que é que eu posso fazer pelo Departamento Nacional da Pastoral Juvenil, pelos jovens portugueses? Eu sou capaz?”. Eram estas as minhas inquietações. E quando cheguei a casa, disse à Catarina: “olha, aconteceu-me isto!”. E ela, muito entusiasta, disse: “então, vamos lá pensar os dois, se isto é possível”. E sim, em termos de família já estamos habituados a esta vida toda completamente alterada de horários, com três filhos, um na universidade, outro a estudar em Aveiro, outro mais perto de casa.

Profissionalmente é uma mudança de uma cidade que eu gosto muito, pela qual me apaixonei, apaixonei-me pelas pessoas daquela cidade que me fizeram aquilo que eu sou hoje. São João da Madeira. E então, essa cidade e essas pessoas fizeram-me ser uma pessoa completamente diferente, cresci com eles e agora, acho que estou preparado para isto também por causa deles. Na questão da mudança profissional, há uma palavra muito cara que é a freima, usa-se muito também em São João, e essa freima que é do dia-a-dia, significa nós termos esta ousadia de estar sempre a trabalhar, e acho que vai ser diferente.

 

Então, Pedro, quais vão ser as tuas prioridades, por onde é que vais começar o teu trabalho?

Bem, o meu trabalho já começou. Primeiro, ouvir muito, ouvir os jovens, ouvir as estruturas. Temos de pensar de duas formas, que é, há uma coisa que são os jovens, há outra coisa que são as estruturas. Temos duas vias para trabalhar. A estrutura do departamento pastoral juvenil, com os secretariados, com as congregações e com os movimentos, e depois temos mais uma via que são os jovens. E temos de pensar em canais de comunicação entre todos, pensar como é que podemos ser mais eficazes na transmissão do evangelho, ou na nossa evangelização, e isso é uma parte. A outra parte foi o que me fez estar. Foi pelos jovens e com eles querer embarcar nesta grande aventura e ser mais um a ajudar a construir caminhos a partir do amor e da beleza. E quero escutá-los, compreendê-los, ler os sinais dos tempos com eles, e levar juntos esta pastoral juvenil.

 

Posso depreender das tuas palavras que é preciso fazer fluir melhor a comunicação?

Sim. Na comunicação, nós temos uma coisa tão bonita, que é a história de Jesus Cristo, que é tão bela, tem uma beleza enorme, que tem de ser fácil transmiti-la, não é? Às vezes, porquê é que nós não fazemos isso? É uma interrogação. E, portanto, acho que podemos fazer isso. O departamento nacional tem de ser a casa dos jovens, e ser diferente, e isto da casa tem a ver com a base, o departamento tem de ser a base, não pode estar no ‘top’, tem de estar no ‘down’, ou seja nós temos de conseguir virar a pirâmide, de baixo para cima; nós construirmos com os jovens sendo a casa deles.

 

Sabemos que ir ao encontro dos jovens implica conhecer as suas prioridades, os seus problemas, e este período de escuta. Há uma intenção da parte dos bispos de criar um novo quadro para a pastoral juvenil, isso foi dito no comunicado final da última Assembleia Plenária. Vai ser preciso ter esta escuta prévia, antes de se avançar propriamente com propostas concretas?

Sim. Há um mar enorme de desafios na pastoral juvenil, um mar enorme. E das muitas mensagens que o Papa Francisco nos deixou há uma interessantíssima no Mosteiro dos Jerónimos que é falar para nós, para a estrutura. E vale a pena todos nós que estamos na estrutura eclesial, todos os departamentos, todos os secretariados, ler aquele discurso do Papa Francisco. E ele aí deixou-nos uma missão irrecusável, pediu-nos para nos aventurarmos no mar da evangelização e da missão, e nisso indicou-nos os caminhos, que era fazermo-nos ao largo, levarmos juntos por diante a pastoral, e não termos medo de nos tornarmos efetivamente pescadores de homens. Portanto o desafio da Conferência Episcopal é isto, que já estamos a fazer; há um novo quadro, pode haver um novo quadro de referência, há uma base de trabalho, e essa base de trabalho vai ser de escuta com as estruturas e também com os jovens. Para quê? Para conseguirmos comunicar, comunicar com a mesma linguagem, se conseguirmos perceber que são estas as orientações que temos, mais fácil será comunicar.

 

Depois da JMJ 2023, deu a sensação de que voltamos a uma certa letargia e que aquela a lufada de ar que a Jornada foi capaz de insuflar, se foi perdendo na espuma dos dias. Acreditas que ainda estamos a tempo de arrepiar caminho?

Eu acredito e tenho visto muitos projetos fantásticos a acontecer no território e em todas as dioceses. Acredito, e acredito que há sempre um laboratório de experimentação, de evangelização em cada paróquia, em cada diocese. E tenho visto muitos projetos muito bons, mas o maior desafio é ousar sonhar coisas grandes com os jovens, isto é, nós temos de trabalhar com os jovens, não é só para eles e por eles, mas trabalhar com eles, e que sejam eles os nossos grandes inspiradores, e ser os nossos grandes inspiradores e perceber quais são os anseios deles…

 

A Pastoral Juvenil tradicionalmente é pensada como algo que se passa aos jovens. Há iniciativas para os jovens, eles são destinatários, há mensagens que se têm de passar aos jovens: A experiência da JMJ em concreto, da sua preparação e da sua vivência em Portugal, mostrou que estamos prontos para que eles sejam protagonistas?

Claro. Eles têm de ser os protagonistas. Devem ter o palco, para eles serem ousados, serem poéticos e serem criativos. E isto tem de nos fazer sair, pois temos esta igreja de saída. Mas permitam-me dizer uma coisa. Estes jovens de agora são os jovens que passaram muito tempo em solidão, e esta solidão da pandemia. Reparem, um jovem que começou a sua adolescência com 13, 14 anos, tem agora 19 anos, e a sua adolescência foi na pandemia. E, portanto, nós temos de compreendê-los; compreender todas as suas inquietudes, as suas fragilidades, questionar, falar com eles, refletir em todas as dimensões, desde a ecologia ao desenvolvimento sustentado, educação e trabalho, a saúde, a saúde mental, as dependências, a solidão, a sociedade, o aumento do custo de vida. Portanto nós temos de ter uma linguagem fácil e compreensiva que eles nos compreendam, e eu também tenho de os compreender.

 

E que vai ter em conta as questões deles, não é?

Claro, exatamente. Eu acho que o maior desafio é nós conseguirmos que os jovens de hoje sejam cristãos no dia-a-dia e que ocupem o espaço público. Isto é difícil, mas cabe-nos a nós, animadores, acompanhadores dos jovens, dar-lhes ferramentas para que eles consigam perceber como é que eu posso, no espaço público, na sociedade, eu posso ser eu, ser cristão, e ter uma voz neste espaço, no meu território.

 

 

A importância de se reverem na Igreja?

Sim, sim. Acho que é fácil rever-se na Igreja. Às vezes o que é necessário é nós mudarmos um bocadinho o chip, não é? Ou melhor, vamos lá ver, como é que os jovens podem rever-se na Igreja? Temos de perceber qual é o algoritmo deles, qual é o algoritmo que eles querem, não é? “Isto é fixe, isto é uau!!!”. Portanto nós queremos criar espanto nos jovens, temos de ter essa capacidade, e eles dizerem #uau, a Igreja está comigo, acompanha-me, não é?”. E muitas vezes é difícil para nós, Igreja, metermos a igreja no algoritmo deles, seja nas redes sociais, seja na vida, mas mais do que redes virtuais, nós temos de conseguir que eles tenham redes de jovens que consigamos unir, e é isso um dos meus propósitos da minha missão, é que eu consiga perceber os jovens portugueses, em que consigamos unir as suas inquietudes. Porque há uns que têm uma e vamos falar com estes, há outros que têm outra com o ambiente, vamos falar com esses jovens, portanto, não podemos é ter todos os jovens a falar sempre para os mesmos, porque eles têm inquietudes diferentes.

 

E desse ponto de vista é também um sinal importante confiar num leigo para dinamizar um setor tão importante como o da relação da igreja com os jovens?

Sim, é um sinal, obviamente, é um sinal. Isso vai ao encontro daquilo que eu disse no início. A Conferência Episcopal foi ousada nesta visão para a Pastoral Juvenil. Eu tenho essa responsabilidade, sou o primeiro que me vou dedicar em pleno à Pastoral Juvenil. Isto permite que eu consiga cooperar, sonhar, arriscar, criar, e partir, rumo ao outro, terra a terra, diocese a diocese. Este tempo dá-me tempo para eu estar com eles, e dá-me tempo para eu alegrar-me com a alegria deles, dá-me tempo para pensar nas suas inquietudes e depois pensarmos juntos, enquanto estrutura eclesial e estrutura da igreja, de apresentar as melhores propostas. Eu acredito nas redes da Igreja, eu acredito que temos de aprofundá-las, esta ligação bispos, párocos, leigos, congregações, movimentos, os próprios departamentos da CEP, temos de estar todos ligados, em sintonia, sintonizados.

 

Esta experiência sinodal dos últimos anos, em particular dos últimos três, pode inspirar novas experiências de encontro nas paróquias, nas universidades, onde os jovens estão, onde eles se encontram?

Eu, encontrei, e foi muito bom encontrar companheiros do entusiasmo da juventude, encontrei-os, e eles estão aqui, eles estão por aí, e eu vou tocar-lhes à porta. Mais uma vez é preciso sermos Igreja em saída. Os “Dias nas dioceses” são um bom exemplo de Igreja em saída. E se há melhor exemplo, e nós vamos ter de o demostrar, se calhar não o demostramos da melhor forma, mas se há melhor exemplo de Igreja sinodal foi aquele que foi vivido na construção da Jornada Mundial da Juventude. Quem passou, como eu passei, por todas as dioceses, e que viu o empenho de todas as comunidades, dos 8 aos 80 anos, ou aos 90 anos; percebe o que estou a dizer. E a forma como vimos a distribuição de tarefas, com a pessoa que tinha jeito para as finanças estava nas finanças, a pessoa que tinha jeito para a comunicação estava na comunicação. Portanto, criamos tantas comunidades, tantas, tantas, nas paróquias, eu sou testemunha do entusiasmo das paróquias de Aveiro e de todo o país, porque consegui percorrer o país. E aí foi um grande laboratório de sinodalidade, um grande exemplo. E se quisermos, temos grandes exemplos para dizer, aqui foi possível, nesta paróquia X, Y, Z, e, portanto, já vivemos essa sinodalidade. Temos de continuar, temos de continuar a aprofundar, a ir mais fundo, a dizer assim: O que é que ainda podemos melhorar? Mas reparem, Aveiro decidiu receber todos os jovens em famílias nos “Dias nas Dioceses”. Foi um desígnio nosso. Nós chegamos a trabalhar juntos, isso parece um número estratosférico, mas chegamos a trabalhar juntos cerca de 4 mil pessoas. Bem, 4 mil pessoas a trabalhar na Igreja, para receber 5 mil jovens, é muita gente. Para estas pessoas trabalharem, tivemos de trabalhar em rede, tivemos de dialogar, tivemos de comunicar, tivemos de ser companheiros no entusiasmo e também naqueles dias que estávamos mais tristes e que as coisas não nos corriam bem. Portanto conseguimo-lo fazer, e este desafio da sinodalidade foi feito, vamos continuar, não podemos parar.

 

A mensagem católica tem alguma dificuldade em chegar até às novas gerações, quando é entendida como a imposição de um conjunto de comportamentos. É um desafio alterar a linguagem, valorizar a proposta da fé como sentido para a vida?

Claro que sim. Alterar a linguagem, mas antes temos de escutar, escutar, escutar, ter tempo para ouvir os silêncios dos jovens, ter tempo para lhes dar tempo para pensar e que eles nos digam aquilo que estão a sentir. E este tempo de escuta permite-nos depois sair. E escutar não é ouvir um, dois ou três anos. Não. É uma escuta permanente, para depois agir. E com eles vamos construir este caminho, e arriscar o caminho do amor, e a construção de um reino do amor, aquilo que Deus nos pede, e, portanto, é isso que é possível. Sim, a linguagem tem de ser a linguagem dos jovens, mas nós só conseguimos ter a linguagem dos jovens, se nós tivermos tempo para os ouvir.

 

E se forem eles próprios a produzir essa linguagem, porque caso contrário cheiraria a falso…

Exatamente. É precisamente isso, quando falo dos algoritmos, do scroll e mais não sei quanto… quer dizer, temos de nos atualizar enquanto linguagem para eles perceberem e depois chegar a eles, e acompanhá-los, porque muitas vezes temos aquela tentação de fazer os tais projetos para eles, e depois usamos os jovens como os nossos troféus. Temos aqui um projeto, trabalhámos para eles e eles vieram, muito bem, mas não é isso. Na escada da participação que eu preconizo e quero que isso aconteça na Igreja e no Departamento da Pastoral Juvenil, é que eles participem, sejam eles os protagonistas, que falem a linguagem deles e depois nós estaremos qui para os acompanhar. Só um exemplo, eu venho da área do desporto, e eu gostava de arriscar fazer um mortal. E o meu professor de educação física dizia, Pedro, tu ainda não tens aquelas competências necessárias. O meu professor dizia, queres arriscar, eu estou aqui, então vamos fazer ‘step by step’. Ele estava a acompanhar-me naquele movimento mortal que era difícil, e nós temos de trazer isto para a Igreja. Eles querem arriscar, então vamos estar aqui a acompanhá-los, mas que sejam eles a puxar, sejam eles o motor, sejam os jovens o motor desta Igreja, e sejamos nós, jovens adultos, ou adultos jovens, que os acompanhamos, a ter esta função de estar aqui a amparar, sem querer impor. Se nós conseguirmos, que os jovens sejam os protagonistas, que sejam eles a propor as novas propostas para a Igreja, e sejamos nós aqueles que vamos acompanhá-los no seu risco, vai ser fantástico, vai ser mesmo muito bom.

 

A questão dos abusos na Igreja prejudicou a relação de confiança dos jovens na Igreja. Do teu ponto de vista, os passos dados estão a ajudar a melhorar essa relação de confiança?

Esta questão é uma realidade que nos entristece e que nos deixou muitas feridas. Penso que a Igreja colocou a questão no centro das suas preocupações, assumindo as suas responsabilidades, para que esta Igreja possa ser uma casa segura para todos. Tenho confiança que estamos a seguir um caminho para que os jovens confiem em nós.

 

Ainda assim tem havido, ao longo do processo, algumas críticas, nomeadamente à forma como vem sendo conduzido o processo. Na tua opinião, estamos no bom caminho?

Tudo o que façamos para tentar recuperar os danos causados nunca será o suficiente. Estamos a fazer este caminho de colocar esta preocupação no centro das nossas responsabilidades.

 

Esta questão dos abusos, para quem lida habitualmente com jovens e que agora tem a coordenação do departamento, era assunto falado muitas vezes ou era evitado?

Não falamos, porque é uma questão há qual nós não podemos fugir. É uma questão que está no centro das nossas preocupações e temos de arranjar caminhos para que possamos fazer bem e evitarmos novas situações no futuro.

 

E quanto mais depressa se resolver melhor será também o caminho para que os jovens percebam o esforço da Igreja no sentido de melhorar toda esta relação?

Sim, sem dúvida.

 

Já em 2025 vamos viver o jubileu dos jovens, é uma semana de festa, em Roma, com o Papa. É um bom ponto de encontro para relançar dinâmicas que se criaram por ocasião da JMJ em Lisboa?

Sim, claro que sim, é um bom ponto de encontro, comigo vai ser um encontro da minha família com o Tor Vergata, porque foi lá há 25 anos que eu e a Catarina decidimos casar, portanto…

 

Ah, no encontro com o São João Paulo II….

Exatamente, e, portanto, foi lá naquele domingo, com calor, que decidimos. Sim, o departamento vai criar estas dinâmicas de participação e que sejam os jovens também, a começar já cá, aqui, com o jubileu. Sei que, e dos contatos e dos diálogos que já tenho tido com as pessoas que fui falando ao longo desta semana, que está a haver muita mobilização para Roma. Boa. Agora cabe-nos a nós conseguir que vão mais jovens, que há outros jovens que consigam entusiasmar outros para irem ao encontro a Roma. A mim, deu-me uma família e três filhos, portanto, pode ser que seja um encontro.

 

Pedro, hoje celebramos a Jornada Mundial da Juventude, a nível diocesano. O Papa escreve que a solução para o cansaço, paradoxalmente, não é ficar parado para descansar, é pelo contrário, pôr-se a caminho e tornar-se peregrino da esperança. É uma inspiração para a Igreja em Portugal?

É uma inspiração para a Igreja em Portugal, com toda a certeza, mas incluo a palavra alegria. E este dia que estamos a viver em Roma, ou vamos viver em Roma, é um misto desta alegria que foi a passagem dos símbolos em Portugal e a saudade, a saudade de os deixar passar para a Diocese de Seul. Mas naquela cruz e naquele símbolo, vão as impressões digitais dos jovens portugueses que pegaram na Cruz e no Símbolo também. E, portanto, está lá a nossa impressão digital do que é ser português e a palavra saudade também só é nossa.

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Agência ECCLESIA

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