«A Igreja está no mundo do trabalho e os trabalhadores são também Igreja», destaca sacerdote da Diocese de Angra
Angra do Heroísmo, Açores, 12 set 2024 (Ecclesia) – O padre Pedro Lima, da Diocese de Angra, o novo assistente nacional da Pastoral Operária e do Apostolado de Adolescentes e Crianças, destaca a oportunidade de “humanização e dignificação do mundo do trabalho”.
“Temos de estar alerta para humanizar o trabalho e, por outro lado, para promover a justiça social. Este é o papel da Igreja: ser voz ativa e profética”, disse o sacerdote, ao portal online ‘Igreja Açores’, da Diocese de Angra.
O padre Pedro Lima destacou que ser o assistente nacional de três movimentos da ação católica e Pastoral Operária em Portugal é “um desafio” e, enquanto padre, é uma oportunidade para perceber o carisma, “estar próximo e corresponder às necessidades de humanização e dignificação do mundo do trabalho”.
“A Igreja está no mundo do trabalho e os trabalhadores são também Igreja”, afirmou o pároco de Santa Luzia de Angra e capelão hospitalar, em Angra.
O sacerdote dos Açores é o assistente nacional da Liga Operária Católica/Movimento Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC) de Portugal, da Juventude Operária Católica (JOC), em território nacional desde 1935, e do Movimento de Apostolado de Adolescentes e Crianças (MAAC), que existe em Portugal desde 1982.
“Este é um trabalho que acontece com leigos porque o movimento é de militância, é um movimento de ação católica onde os leigos têm um papel chave na luta pela humanização e dignificação do trabalho, tendo sempre presente os princípios da Doutrina Social da Igreja, da justiça social”, salientou o padre Pedro Lima.
Este domingo, a Liga Operária Católica/Movimento Trabalhadores Cristãos de Portugal sublinhou o desejo de “corresponder às expectativas da caminhada que agora se inicia”, adianta que o sacerdote açoriano vai “estudar para Lisboa” e tem “a missão de prestar este serviço de Assistente Nacional” aos movimentos.
“O Movimento de Trabalhadores Cristãos pedia um assistente; surgiu assim no contexto de fazer uma experiência pastoral diferente, caminhando dentro dos padres do Prado, com uma génese nos padres operários e pelas referências que tinha”, explicou o padre Pedro Lima, que tem o objetivo de “aprender” e deixar-se “apreender pela realidade do trabalho”.
Em Portugal, a Liga Operária Católica/Movimento Trabalhadores Cristãos nasceu a 10 de junho de 1974, da fusão da LOC Feminina (5 de maio de 1936), e da LOC Masculina (12 de dezembro de 1936); a designação LOC/MTC foi aprovada pelo X Congresso Nacional de militantes e confirmada pelo Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa, em 1998.
“Quando surgiu este movimento em 1936 não havia estruturas sindicais e a Igreja tinha um pouco esse papel. Por isso, não acho que a Igreja tenha perdido lugar nessa missão de defesa do direito dos trabalhadores. O que aconteceu foi um redimensionamento das funções. A Igreja conserva a sua voz profética e hoje, cada vez mais, em questões da ecologia integral, por exemplo”, desenvolveu o novo assistente nacional, citado pelo ‘Igreja Açores’.
O padre Pedro Lima, natural do Faial, nasceu a 1 de setembro de 1992 e foi ordenado no dia 3 de setembro, de 2016.
O sacerdote, que também vai ser o assistente da Juventude Operária Católica, assinalou também que “140 mil jovens portugueses não estudam, nem trabalham; representam 8,9% da população entre os 15 e os 29 anos”, citando a mais recente edição do jornal ‘Voz do Trabalho’ da LOC/MTC, e considera que o facto de ser jovem pode ajudar a “compreender e a agir” junto destas faixas etárias.
CB/OC