Diretor do Secretariado Nacional de Pastoral Social destaca consequências da austeridade no balanço de 2015
Lisboa, 29 dez 2015 (Ecclesia) – O diretor do Secretariado Nacional de Pastoral Social, o padre José Manuel Pereira de Almeida, afirma que o desemprego é um “problema adiado” e destaca consequências da austeridade no balanço de 2015.
“O desemprego continua a ser problema adiado e o ânimo não é dos melhores”, começou por destacar “como relevante” o diretor do Secretariado Nacional de Pastoral Social.
À Agência ECCLESIA, o sacerdote comenta que a austeridade “vivida” sobretudo no quotidiano das pessoas “foi pesada e a esperança” que era anunciada “pelos indicadores continuava a estar longe das pessoas e do concreto do dia-a-dia”.
Neste contexto, o padre José Manuel Pereira de Almeida observa que o desemprego de longa duração “continuou a ser de longa duração” e existe uma geração entre os 40 e 50 anos que “vê a sua vida” com um ânimo “sem grande capacidade de se convencer que há possibilidades”.
Na sua análise ao ano de 2015 em Portugal, as recentes alterações políticas no Parlamento ganham destaque em termos de “promessas de que alguma coisa parece mudar”, mas o sacerdote está expectante.
“Suponho que não é isso que acontece no concreto da vida das pessoas”, acrescenta.
No contexto do Ano da Misericórdia que a Igreja começou a viver, e termina em novembro de 2016, alerta que “não pode o Papa fazer e dizer umas coisas” e as pessoas agirem “como se nada fosse”.
Para o padre José Manuel Pereira de Almeida, abertura da Porta Santa da Misericórdia tem de ter repercussões sociais e políticas: “Uma porta aberta por onde nós passamos e fazemos entrar e sair na liberdade aqueles com quem nós convivemos”.
Ainda no âmbito da influência que a sociedade colhe da Igreja, o entrevistado distingue que 2015 foi marcado a nível global pela “viragem conseguida em Paris”, na Cimeira do Clima, com “consensos e acordos sobre o futuro do nosso planeta únicos na história” onde houve “influência” da Encíclica ‘Laudato Si’, do Papa Francisco.
“Creio que o Papa sob o ponto de vista social e político é o evento universal de maior significado e para nós é situação rara na história”, comenta o diretor nacional do serviço de Pastoral Social da Igreja Católica em Portugal.
“O último ano jubilar [ano 2000], o Papa São João Paulo II sublinhou muito o perdão da dívida externa. Essa ideia do perdão e do recomeçar virarmo-nos para o futuro e não alicerçarmos o futuro numa cristalização do passado, creio que é o fundamental sob o ponto de vista social”, disse ainda o entrevistado, como desejo para 2016.
Esta revista do ano de 2015 vai ser transmitida no programa ECCLESIA da Antena 1, da rádio pública, na quarta-feira, às 22h45.
Já no dia 31 de dezembro, à mesma hora, a equipa da Agência ECCLESIA transmite aos ouvintes os seus desejos para o novo ano de 2016, pouco antes das doze badaladas.
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