Porto: Voluntários distribuíram «cerca de 280 mil refeições» a pessoas em situação de sem-abrigo, em 2024

Despesas de combustível das organizações solidárias equivalem a «cerca de 11 voltas à Terra»

Foto: Lusa

Porto, 18 jun 2025 (Ecclesia) – Os voluntários de 19 entidades da rede municipal de apoio às pessoas em situação de sem abrigo do Porto – Núcleo de Planeamento e Intervenção Sem Abrigo (NPISA) – distribuíram “cerca de 280 mil refeições”, em 2024.

“Com o esforço de dezenas de entidades da sociedade civil são mobilizados mais de 1,6 Milhões€ em prol do combate à fome na cidade”, explica um comunicado, sobre as 278.916 mil, “servidas de diversas tipologias” com um valor médio por refeição de 5,3 euros, “equivalentes a “1,62 milhões de euros”, informa um comunicado enviado esta quarta-feira, à Agência ECCLESIA.

Segundo os dados referentes à ação de 19 entidades, incluindo várias organizações católicas, de cerca de 30 que integram o eixo do NPISA do Porto que junta as organizações voluntárias que fazem rondas pela cidade ou têm pontos fixos de distribuição de comida, o trabalho dos voluntários são 23.660 horas implicadas diretamente nas rondas, que “valorizadas a 3,20€/hora (INE, 2012) equivalem a cerca de 516 mil €”.

Durante 2024 foram 1680 as saídas/aberturas de portas estimadas, enquanto cerca de 5200 voluntários, “todas juntas trabalham o tempo equivalente a 76 pessoas contratadas a tempo inteiro”.

As entidades solidárias da sociedade civil destacam ainda que as despesas de combustível estimadas correspondem a “cerca de 11 voltas à Terra”: “ascendem a 54.180€, correspondendo a 450.000 km.

O comunicado destaca que para além deste apoio, “todo baseado na sociedade civil”, existem na cidade do Porto três restaurantes solidários, “financiados pelo Município”, que se adicionados aos números referidos obtêm “444.916 refeições, e 2.361.800 € investimento”, a Segurança Social apoia algumas cantinas sociais mas não obtiveram dados.

A rede municipal de apoio às pessoas em situação de sem abrigo na cidade do Porto, que se denomina de NPISA – Núcleo de Planeamento e Intervenção Sem Abrigo, conta com 63 entidades e divide a sua intervenção em seis eixos de ação, como aquele que reúne “todas as organizações voluntárias que fazem rondas pela cidade ou têm pontos fixos de distribuição de comida”, cerca de 30 organizações.

Foto: Porta Solidária

O comunicado, dessas 30, apresenta os dados de 19 entidades, que participaram no “exercício de juntar os dados da ação de todos”.

As organizações do eixo que distribui comida são entidades formais até a grupos informais que têm “uma ação capilar e próxima com as pessoas que estão na rua ou próximo dela”, e providenciam apoio e refeições “todos os dias do ano, quase todas à noite”, a maioria percorrendo as ruas da cidade indo ao encontro das pessoas que vivem na rua”.

As entidades envolvidas nesta apresentação de números são a Associação de Solidariedade Coração na Rua; CASA – Centro de Apoio ao Sem Abrigo; Porta Solidária – da Paróquia Senhora da Conceição; Casa dos Pobres da Mãe Clara; Ponto De Viragem; Projeto voluntariado do Colégio Paulo VI Gondomar; Associação Amor Perfeito; Grupo Ronda ComVida; Café Convívio/Ponto de Viragem; FAS Abrigo; GASPorto; Noites Solidárias; Associação Saber Compreender; Grupo Solidariedade Montebelo; Fenix – Associaçao da ronda dos sem abrigo; Missionários da Consolata; Amigos da Rua Missionários Combonianos da Maia; PAS – Projeto de Acompanhamento Social – Colégio de Nossa Senhora do Rosário; Franjas Sociais.

Há menos de uma semana, no dia 12 de junho, um conjunto de entidades da cidade do Porto, incluindo algumas das referidas, pediu um “pacto de regime” entre as várias forças políticas para superar a crise das pessoas em situação de sem-abrigo, numa carta aberta divulgada no âmbito das eleições para a Câmara Municipal do Porto.

CB/OC

Porto: Carta aberta pede «pacto de regime» para enfrentar crise das pessoas em situação de sem-abrigo

 

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