D. Manuel Linda explicou que a pessoa e a sociedade «morrem por implosão, sem valores e sem abertura aos outros»
Porto, 02 jan 2025 (Ecclesia) – O bispo do Porto propôs “três âmbitos de proximidade” para fomentar a paz, afirmou que “sem a paz, não é possível qualquer género de bem”, na Missa do dia 1 de janeiro, onde lembrou o Jubileu de 2025, na Sé.
“Se não formos capazes de nos juntarmos, se apenas nos pensarmos como indivíduos e não como sociedade, se não nos colocarmos objetivos de desenvolvimento harmonioso e integral, se desprezarmos um Deus Pai que é fundamento de uma família de irmãos, se não nos voltarmos para Ele e fixarmos o nosso olhar no materialismo existencial, acontece o que todos sabemos: a guerra”, disse D. Manuel Linda, esta quarta-feira, citado pelo jornal diocesano ‘Voz Portucalense’.
O bispo do Porto propôs “três âmbitos, a nível de proximidade” para fomentar a paz: “a educação catequética e religioso-moral para todas as crianças, adolescentes e jovens; o fomento de ações de solidariedade social, mormente voltadas para os mais idosos e os pobres; e uma especialíssima atenção à família”.
“É que, sem valores e sem abertura aos outros, a pessoa e a sociedade morrem por implosão”, afirmou.
O Papa Francisco, na sua mensagem para o Dia Mundial da Paz 2025, com o tema ‘Perdoa-nos as nossas ofensas: concede-nos a tua paz’, apelou ao perdão da dívida dos países mais pobres, ao fim da pena de morte, a nível global, e respeito pela vida, desde a conceção até à morte natural, e a criação de um fundo mundial para eliminar a fome e promova a educação.
“Sem a paz, não é possível qualquer género de bem. A paz, de facto, não pode esperar e a sua construção é possível. É com base nesta certeza que os cristãos têm de empenhar no seu processo”, explicou, no Dia Mundial da Paz.
A Igreja Católica celebrou também, neste dia 1 de janeiro, a solenidade litúrgica de Santa Maria, Mãe de Deus, oito dias depois do Natal, e D. Manuel Linda lembrou as mães que vivem “importunadas pelo barulho das bombas e dos canhões e pelos gritos e pavores da guerra”.
“Quanto queríamos que todos vivessem sem medo e pudessem construir a ‘civilização do amor’ e do desenvolvimento integral. Desejávamos que não passassem fome e frio, tivessem estruturas de saúde para se cuidarem e pudessem ir à escola e brincar. Mas, infelizmente, em muitas partes do mundo, não passa de um sonho”, desenvolveu.
O bispo do Porto recordou que os pastores que foram a Belém visitaram não “um qualquer bebé, mas Jesus, cujo nome quer dizer ‘Deus salva’”, e realçou que “Deus salva na Paz, como tinham cantado os anjos”: ‘Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amados’”.
“É este Jesus que tem de ser apresentado ao mundo, pois, no dizer do Apóstolo Paulo, ‘Ele é a nossa paz’. Mas, o mundo parece fechar-lhe a porta, como as hospedarias de Belém. Como tal, não encontra a paz. Não deixa de ser significativo que, neste tempo de relativismo, à medida que a secularização avança, também a agressividade aumenta”, salientou, referindo que isso se nota na “rua, escolas, na família, nas redes sociais, nas relações institucionais”.
O bispo do Porto, no final da homilia do primeiro dia de 2025, recordou também o Ano Santo que a Igreja Católica está a viver, o Jubileu 2025, com o tema ‘Peregrinos da Esperança’.
“Entramos em Jubileu. Celebramo-lo como povo, como Igreja que tudo espera do seu Senhor. E como estamos habituados a tudo receber d’Ele, o nosso coração entrega-se-Lhe completamente. E isto é a esperança”, referiu, cita o jornal diocesano ‘Voz Portucalense’.
CB