Porto, 29 jan 2016 (Ecclesia) – A Santa Casa da Misericórdia do Porto vai cumprir hoje a tradição de vestir cinco pessoas em situação de vulnerabilidade social, “quase sempre sem-abrigo”, em homenagem a um dos seus “principais benfeitores”, D. Lopo de Almeida.
“As roupas – que incluem a totalidade do vestuário e ainda o calçado – são escolhidas pelos próprios ou com a ajuda de técnicos do projeto sempre que a mesma seja solicitada”, informa a Santa Casa da Misericórdia do Porto (SCMP) que este ano vai vestir um jovem de 20 anos e outras quatro pessoas com cerca de 40 anos.
Um está acolhido temporariamente na Casa da Rua e os restantes frequentam diariamente a Cantina Social, explica ainda num comunicado enviado à Agência ECCLESIA.
Hoje participam numa Eucaristia em memória de D. Lopo de Almeida, pelas 11h00 na igreja Privativa da Misericórdia do Porto, na Rua das Flores.
A SCMP explica que com esta iniciativa pretende dar continuidade ao legado do seu benfeitor, mas sobretudo e “através de um ato simbólico ajudar a devolver a autoestima e a esperança”.
Com esta iniciativa a Santa Casa da Misericórdia do Porto pretende incentivar este grupo de cidadãos a “lutar pela reinserção social”, em articulação com as instituições de apoio social, como é o caso da Casa da Rua.
“Constitui igualmente um incentivo para pessoas em circunstâncias idênticas”, observa a SCMP.
A seleção das quatro pessoas foi feita por técnicos do projeto Casa da Rua – D. Lopo de Almeida, de acordo com a “vontade dos próprios e das necessidades entretanto assinaladas”.
Esta comunidade de Inserção é um equipamento social que tem como objetivo geral prestar apoio à população sem-abrigo “respeitando a sua dignidade pessoal e social” e procura criar condições para que os utentes “exerçam os seus direitos de cidadania, potenciando a sua inclusão”.
Segundo o comunicado, o legado do “grande benemérito” da Misericórdia do Porto permitiu uma “maior autonomização da instituição, numa altura em que ainda estava muito dependente do apoio régio”.
CB