Porto: Roteiro ecuménico para 2012 atende à crise

Propostas no âmbito da Semana pela Unidade dos Cristãos contemplam momentos de oração em favor dos doentes e sem-abrigo

Porto, 18 jan 2012 (Ecclesia) – A Comissão Ecuménica do Porto apresenta hoje um conjunto de propostas que estendem a dinâmica da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos a áreas como o apoio aos mais desfavorecidos e a promoção do voluntariado.

Em entrevista à Agência ECCLESIA, o padre Domingos Oliveira, que integra aquele organismo em representação da Igreja Católica, sublinha que “a dimensão sociocaritativa é uma das áreas onde o ecumenismo se pode desenvolver”, uma vez que problemas atuais como o desemprego e a precariedade “são transversais às várias Igrejas”.

Apesar de reconhecer que as comunidades cristãs – sejam elas católicas, metodistas, presbiterianas, ortodoxas, evangélicas ou anglicanas – ainda estão “a dar os primeiros passos” rumo a um maior entendimento, o sacerdote defende que o diálogo ecuménico também deve ir ao encontro da resolução de problemas.

“Estamos habituados a que o diálogo seja apenas um conjunto de celebrações, mas ele passa cada vez mais por outras iniciativas”, sustenta aquele responsável.

O Roteiro Ecuménico 2012, que vai ser apresentado esta noite, a partir das 21h30, na Igreja Evangélica Metodista do Mirante, resultou de um trabalho realizado com “outros núcleos da cidade que também têm sensibilidade ecuménica”, como a capelania do Hospital de São João e o Grupo Interconfessional Universitário do Porto.

Entre as várias propostas que compõem o calendário de atividades, até novembro deste ano, destacam-se “uma noite de oração de apoio aos sem-abrigo, uma celebração com doentes e uma mesa redonda sobre solidariedade e voluntariado”.

“Esperamos que estas iniciativas vão dando os seus frutos e sirvam para que as pessoas se abram mais a esta dimensão do ecumenismo, uma das mais importantes para o nosso tempo”, acrescenta o padre Domingos Oliveira.

A Comissão Ecuménica do Porto foi constituída oficialmente em 2005 mas, segundo o sacerdote, as origens daquele organismo remontam “à época pré-concílio Vaticano II” (1962-65), dado que “já se realizavam alguns encontros” entre membros das várias Igrejas da cidade.

De acordo com o representante católico da Comissão, as comunidades cristãs têm mostrado “uma maior recetividade, ao longo dos anos, se bem que há grupos que ainda preferem ficar fechados sobre si próprios”.

“No que diz respeito a esse problema, penso que falta aqui um trabalho como foi feito pela Igreja Católica com o Concílio Vaticano II, que deixou orientações arrojadas nesse campo”, conclui.

JCP

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