Porto: Recuperação dos Clérigos mostrou novas formas de conciliar «culto e cultura»

Edifício recebeu Prémio Vilalva da Fundação Gulbenkian

Porto, 21 set 2016 (Ecclesia) – O presidente da Irmandade dos Clérigos, padre Américo Aguiar, disse que o trabalho de recuperação da Igreja e Torre dos Clérigos, no Porto, mostrou a possibilidade de conciliar “culto e cultura” de uma nova forma.

“É uma maneira nova, diferente, de encarar a presença de um edifício destes, um edifício de culto, um edifício de cultura, provando a nós próprios que o culto e a cultura não têm de viver de costas voltadas”, explicou o responsável, em declarações à Agência ECCLESIA.

O projeto de restauro e recuperação da Igreja e Torre dos Clérigos venceu a 9.ª edição do Prémio Vasco Vilalva, no valor de 50 mil euros, uma distinção que foi entregue esta terça-feira, numa cerimónia pública.

O padre Américo Aguiar sublinha o “peso institucional” desta distinção da Gulbenkian, mostrando-se “honrado” pelo facto de o prémio reconhecer “a excelência de uma intervenção” de conservação e restauro, realizada por ocasião da comemoração dos 250 anos da construção da torre.

“A tradição e a modernidade também podem trabalhar em conjunto”, sublinha.

O projeto de recuperação foi elaborado por uma equipa multidisciplinar, numa obra que representou um investimento de três milhões de euros, concluída em junho de 2015.

O presidente da Irmandade dos Clérigos, padre Américo Aguiar, distinguiu a 11 de julho de 2015 o visitante ‘1 Milhão’ neste monumento do Porto, numa contagem que começou em fevereiro de 2013, no jubileu dos 250 anos.

“Dentro de semanas, acreditamos que vamos ter de fazer uma segunda festa, para o visitante 2 milhões”, adiantou o sacerdote, que fala numa grande “responsabilidade”.

Já o presidente do Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian, Artur Santos Silva, referiu à Agência ECCLESIA que a distinção visou o “trabalho extraordinário de recuperação” que foi feito nos Clérigos, “muito bem concebido, muito bem executado, com excelentes profissionais e especialistas”.

O “património artístico extraordinário” do edifício estava “muito desfigurado pelo tempo, mas hoje é “um dos pontos principais de visita da cidade” do Porto, prosseguiu.

O júri do Prémio Vilalva, constituído por Dalila Rodrigues, António Lamas, José Pedro Martins Barata, José Sarmento de Matos e Rui Esgaio, foi unânime na decisão sublinhando “o respeito pela integridade física dos sistemas construtivos existentes, preservados e restaurados com recurso a técnicas tradicionais, as adequadas metodologias de conservação e restauro do património artístico integrado”.

A Torre dos Clérigos foi construída entre 1754 e 1763 pelo arquiteto italiano Nicolau Nasoni (1691-1773).

Tem 76 metros de altura que podem ser subidos pelos visitantes através de uma escada em espiral com 240 degraus, sendo que o edifício já foi considerado o mais alto de Portugal.

Classificada como monumento nacional desde 1910, a estrutura está também inserida numa zona do Porto denominada como Património da Humanidade e atrai por ano centenas de milhares de visitantes.

HM/OC

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Agência ECCLESIA

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