Porto: Proposta pastoral da Quaresma à Páscoa da diocese inclui convite à sinodalidade

Secretário diocesano para a Coordenação Pastoral da Diocese do Porto esteve no Programa ECCLESIA a falar sobre a caminhada diocesana

Lisboa, 28 fev 2024 (Ecclesia) – A caminhada pastoral da Diocese do Porto para a Quaresma 2024 convoca à sinodalidade, através do tema “Vamos com Alegria. Subamos juntos a Jerusalém” e da proposta às famílias e comunidades na identificação das suas “chagas”.

“Nós propomos às famílias que semana a semana vão identificando a sua chaga e propondo também a sua cura. A família é o lugar onde o exercício da sinodalidade é mais bem compreendido, que é propor, que é falar, que é muitas vezes não chegar à acordo, é caminhar, é discutir, é ver que deste modo não, que daquele talvez modo sim”, afirmou o secretário diocesano para a Coordenação Pastoral do Porto, em entrevista à Agência ECCLESIA, transmitida esta terça-feira na RTP2.

O convite à sinodalidade insere-se num momento em que as comunidades católicas se encontram em reflexão sinodal, uma vez que têm de enviar novos contributos até ao final de março, para a continuidade do processo sinodal, cuja segunda etapa decorre em outubro de 2024.

A proposta pastoral da Quaresma à Páscoa inclui uma imagem, a cruz e cinco chagas, “que podem ser furos de luz” e que se dividem em cinco áreas: sociais, eclesiais, pessoais, paroquias e familiares, sendo a comunidade convidada a encontrar cura para elas.

“[Em comunidade] vamos fazê-lo também de maneira digital, vamos colocar junto à cruz uma caixa de sugestões, mas também vamos fazer um QR code para que as pessoas através das plataformas digitais identifiquem aquelas que acham que são as chagas da sua paróquia. Os problemas, aquilo que fere, aquilo que não está bem, aquilo onde precisámos de crescer”, explicou o padre Amaro Gonçalo.

Foto: Diocese do Porto

O secretário diocesano para a Coordenação Pastoral do Porto fala na importância de as pessoas sugerirem “caminhos de cura, de reconciliação, de mudança”: “Não basta dizer e que se envolvam nelas”.

“Este exercício prático vai-se fazendo de semana a semana. Tem esta dimensão sinodal que nos parece também muito importante”, defende.

Sobre a receção deste itinerário, o pároco de Nossa Senhora da Boa Hora e de Guifões (Matosinhos) afirma que “as comunidades esperam ansiosamente a proposta” e que a agarram “de forma criativa”.

“Já tivemos essa experiência na do advento, no Natal, e verificamos que as comunidades são capazes de recriar a partir de uma proposta base, de acordo com as suas potencialidades humanas e os outros recursos materiais que têm. são capazes de a assumir”, assinalou.

De acordo com o padre Amaro Gonçalo, as comunidades “sentem que lhes é dado um fôlego, uma inspiração para não se cair na rotina e naquele cómodo critério pastoral do fez-se sempre assim”.

A Diocese do Porto preparou um guião onde explica o sentido da proposta e fornece alguns elementos que podem ser úteis para a pregação e reflexão, para que “todos os movimentos e grupos paroquiais e pastorais estejam alinhados” e que quem preside às celebrações “dê o conteúdo próprio de cada semana”.

O sacerdote aborda ainda as 16 propostas pastorais apresentadas no final da proposta pastoral e diz que o objetivo não é limitar ou cercear a criatividade e que “há grupos que agradecem a inspiração”.

“Uma das preocupações que nós temos tido é que a proposta seja transversal”, indica.

“[Que a proposta] não seja só para os meninos da catequese, mas que seja para as famílias, para a comunidade inteira, que ela se sinta polarizada e galvanizada para viver uma Quaresma e chegar à Páscoa, porque esse é sempre o objetivo”, acrescentou.

A caminhada da Quaresma à Páscoa da Diocese do Porto pode ser encontrada no seu sítio online.

HM/LJ/OC

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Agência ECCLESIA

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