Testemunhos de personalidades da Igreja e da vida política destacam percurso do falecido Bispo emérito do Porto
O Porto prepara o adeus a D. Armindo Lopes Coelho, Bispo diocesano entre 1997 e 2007, numa cerimónia que se inicia hoje, 30 de Setembro, pelas 16h00, na Sé local, seguindo o corpo para o Cemitério da Lapa, ficando no jazigo da Diocese, onde esteve sepultado D. António Ferreira Gomes.
O prelado faleceu na Quarta-feira, 29 de Setembro, aos 79 anos de idade, e as reacções à sua morte têm surgido de vários quadrantes, da Igreja ao mundo político.
No comunicado em que anunciava o falecimento de D. Armindo Lopes Coelho, o seu sucessor na Diocese do Porto, D. Manuel Clemente, fala num “grande exemplo de serviço eclesial, que nos cabe agradecer e continuar”.
“O Senhor D. Armindo foi um fiel e generoso pastor da Igreja, com abnegada dedicação à causa do Evangelho em todos os importantes cargos que lhe foram confiados”, acrescenta.
O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), D. Jorge Ortiga, destacou por seu lado a “lucidez, perspicácia e pertinência” do Bispo emérito do Porto.
O Arcebispo de Braga fala numa “grande perda para a Igreja”, afirmando que D. Armindo Lopes Coelho era “um homem de grande intelectualidade e com grande visão dos problemas”.
Aníbal Cavaco Silva, presidente da República, enviou uma mensagem de condolências ao actual Bispo do Porto, referindo-se a de D. Armindo Lopes Coelho como uma “personalidade marcante da Igreja Católica portuguesa, possuidor de notáveis qualidades de inteligência e de profunda sensibilidade social”.
Rui Rio, presidente da Câmara Municipal do Porto, decretou dois dias de luto municipal, afirmando que “o múnus episcopal de D. Armindo Lopes Coelho fica assinalado por uma década de dedicação e serviço prestado à Cidade e à Diocese, com marcos relevantes de intervenção pública em várias áreas”.
Também a Câmara Municipal de Viana do Castelo, onde o falecido prelado foi Bispo diocesano durante 15 anos, manifestou “grande consternação”, referindo em comunicado enviado à Agência ECCLESIA que estamos na presença de “uma personalidade de grande craveira intelectual de inigualável valor e que é uma perda insubstituível”.
D. Anacleto Oliveira, Bispo de Viana do Castelo, expressou sentimentos de saudade e “sobretudo de gratidão” diante da notícia do falecimento daquele que foi bispo da Diocese minhota entre 1982 e 1997.
O bispo emérito de Viana, D. José Pedreira, destacou o legado deixado por D. Armindo Lopes Coelho. Para além da proximidade com o povo, o falecido Bispo tinha “características intelectuais e formação académica”, indica.
D. Manuel Martins, por seu lado, recorda D. Armindo Lopes Coelho com profunda saudade e admiração: “Sempre foi um homem muito inteligente e culto”, afirma, destacando “o humor com que respondia às questões mais difíceis”.
D. António Taipa, Bispo auxiliar do Porto, não evita as lágrimas pela “perda de um grande amigo”, assegurando que o falecido Bispo aliava duas grandes características: “Um grande amor à Igreja e uma lealdade muito forte para com quem trabalhava com ele”.
Já o Bispo das Forças Armadas e de Segurança diz que D. Armindo Lopes Coelho teve “grande liberdade pela forma como encarou determinadas questões nacionais e questões locais”.
“É preciso ser livre para defender pessoas que foram incriminadas injustamente”, assinala D. Januário Torgal Ferreira, natural da diocese do Porto.