«Recursos ao dispor das dioceses são cada vez mais escassos», realça o padre Lino Maia, para quem há problemas que só se resolvem com dinheiro
Porto, 30 jun 2011 (Ecclesia) – O presidente do Secretariado Diocesano da Pastoral Social e Caritativa (SDPSC) do Porto aguarda “com expectativa” o Plano de Emergência Social anunciado pelo Governo.
“Enquanto não é implementado, os pedidos de ajuda à Igreja não param de aumentar, por todo o país”, sublinha o padre Lino Maia, dando como exemplo a sua região, onde “chegam todos os dias pedidos aflitivos de famílias enterradas em dívidas, com rendas em atraso e filhos em vias de deixar a universidade”.
Em texto assinado esta quarta-feira no semanário diocesano do Porto, o também presidente da Confederação Nacional das Instituições Sociais (CNIS) revela que, no Porto, “só no último mês de maio, foram distribuídos apoios que atingiram os 70 mil euros”.
“Aqui, uma das prioridades tem sido a de ajudar, a fundo perdido, no financiamento de pequenos negócios e criação do autoemprego”, acrescenta.
Apesar dos esforços da Igreja Católica e da generosidade de muitas comunidades, que contribuem para a aquisição de bens de primeira necessidade para os mais desfavorecidos, como alimentos, roupas e medicamentos, os “recursos ao dispor das dioceses são cada vez mais escassos”.
“Há muitos problemas sociais que só se resolvem com meios económicos diretos” reforça o padre Lino Maia.
O presidente do SDPSC traça o retrato de uma crise que “persiste”, cujas “sequelas são cada vez mais visíveis”, e que têm exigido grande atenção da parte da Igreja.
“Longe vão os tempos em que apenas indigentes e famintos nos procuravam”, realça aquele responsável, lembrando que “o turbilhão da crise já arrasta a classe média para o fundo”.
Dioceses e paróquias, instituições católicas de solidariedade social como a Caritas e as conferências vicentinas estão hoje a braços com a necessidade de conceder “ajudas imediatas e até dinheiro para pagar contas” a quem vê as dívidas acumularem-se ao final do mês.
JCP