Presidente da República distribuiu refeições no projeto «Porta Solidária»
Porto, 25 jun 2020 (Ecclesia) – O presidente da República ajudou hoje a distribuir refeições às mais de 500 pessoas que têm precisado da ajuda diária do projeto ‘Porta Solidária’ da Paróquia da Senhora da Conceição, na Diocese do Porto.
“Uma obra de distribuição daquilo que é para tanta gente, centenas e centenas de pessoas, o mínimo dos mínimos de uma refeição para poderem viver e olhar para o dia seguinte, como seja um dia de esperança e não um dia de desespero”, disse Marcelo Rebelo de Sousa.
Em declarações à Agência ECCLESIA, o pároco da Senhora da Conceição, o padre Rubens Marques, contabilizou que “ainda a semana passada eram mais de 500 pessoas por dia” que procuravam este projeto solidário que desde o início da pandemia de Covid-19 já distribuiu “38 884 refeições, até ao dia 21 de junho, um aumento muito grande” de pessoas desde o início do isolamento social.
O projeto ajuda sem-abrigo e desempregados recentes, oferecendo um kit da refeição que tem “sempre iogurtes, fruta, três sandes e um bolo”.
Também são procurados neste serviço por famílias, que levam comida “para cada pessoa” do agregados e a paróquia portuense começou “um serviço de cabazes quinzenal onde estão inscritas cerca de 114 famílias, num âmbito de apoio a 431 pessoas”.
Por causa do novo coronavírus, a 12 de março, o projeto ‘Porta Solidária’ passou a funcionar em regime de take-away, quando “no tempo anterior as pessoas comiam sentadas e eram servidos na mesa”.
A mudança acabou por exigir “muitos mais voluntários, que felizmente até hoje têm aparecido” e “também aumentaram muitos as ofertas” de bens alimentares.
“Aqui achamos que acontecem verdadeiros milagres, ou seja, é uma procissão de gente a entrar que precisa, há outra a entrar com o que é preciso, as pessoas estão sempre muito solidárias, maioritariamente famílias e particulares mas também muitas empresas e instituições da cidade. É muito importante trabalhar em rede”, desenvolveu o padre Rubens Marques.
O pároco da Senhora da Conceição afirma que quer “acreditar” que há solução, luz ao fundo do túnel, para ajudar as pessoas que pedem ajuda mas “ainda é muito pequenina, faltam muitas estruturas, falta ainda a primeira resposta, a nível de camas de emergência, ainda não há suficiente”.
João Neto chegou ao projeto ‘Porta Solidária’ “no fim de março, início de abril” o seu trabalho como professor de culinária “parou” e tem testemunhado o aumento da procura de ajuda.
“Aumentou muito, recordo que quando cheguei já era bastante gente e nos últimos dias temos tido mais de 500, sempre a crescer. Não foi uma coia que tenha parado quando parou a crise, tem continuado a vir cada vez mais gente”, disse à Agência ECCLESIA o voluntário de 27 anos.
Atualmente, João Neto já regressou ao seu emprego e continua a ser voluntário na paróquia, onde conheceu “gente maravilhosa”, pelo menos três vezes por semana: a sua equipa está de serviço às terças-feiras e quintas-feiras, “aos sábados e de 15 em 15 dias aos domingos”.
“Apesar de chegar mais tarde, porque venho a correr do trabalho, tenho gosto de vir para cá porque torou-se uma família. Não faço parte desta paróquia, mas tenho aqui pessoas amigas e conheci por essas pessoas que disseram que a Igreja está a dar cada vez mais refeições e comecei pela recolha de alimentos pelo Porto”, acrescentou.
LS/CB/OC
O presidente da República dedicou a tarde desta quinta-feira a visitas instituições de solidariedade da Diocese do Porto e começou pelos Centros Sociais do Lagarteiro e de S. Roque da Lameira da Obra Diocesana de Promoção Social do Porto. |
Covid-19: Paróquia portuense já serviu 23 911 refeições com projeto «Porta Solidária», desde março