Diocese vai homenagear a vida, o serviço e o testemunho do agora bispo emérito
Porto, 22 nov 2018 (Ecclesia) – O bispo-auxiliar do Porto D. António Taipa está “feliz da vida” e preparado para uma nova etapa, depois de ter sido reitor do Seminário Maior da diocese durante 20 anos e bispo auxiliar outros tantos.
“Foi um exercício do ministério episcopal diversificado, de acordo também com a diversificação da orientação de cada bispo. Depois a riqueza de trabalhar com bispos diferentes, pessoas todas tão diferentes e demo-nos sempre tão bem e gostamos tanto uns dos outros”, afirmou D. António Taipa.
Em entrevista à Agência ECCLESIA, o bispo-auxiliar do Porto relaça que foram quase 20 anos “muito felizes, apaixonados mas com muito alegria, com muito felicidade” onde trabalhou com quatro bispos: D. Armindo Lopes Coelho, D. Manuel Clemente, D. António Francisco dos Santos e D. Manuel Linda.
“Foi uma vida de bispo auxiliar com muita liberdade por parte do bispo diocesano. Na fidelidade. Vivíamos em comunhão, no trabalho como cada um fazia; Todos os 15 dias púnhamos em comum o que íamos fazendo, os projetos, as realizações”, desenvolveu, lembrando que D. Armindo não tinham zonas pastorais e conheceu toda a diocese.
D. António Taipa revela que “custa fazer esta passagem” para bispo-auxiliar emérito, mas “não arrasa”.
“Aceita-se naturalmente, são os caminhos da vida”, assinala, acrescentando que ainda não entregou as chaves do Paço Episcopal do Porto mas já não tem o comando da garagem e a sensação é de “agora não és daqui”.
O bispo que a partir deste domingo começa uma etapa nova da sua vida, às vezes, vai fazer “o que apetecer”, mas observa que não deixa de ser bispo e como bispo emérito “há coisas” que pode fazer como “estar com os padres, ir às paroquias, Crismar”.
O entrevistado, que vai ter “tempo para rezar mais, para estudar algumas coisas que não tinha tempo”, adianta que está “na disponibilidade de fazer o que pedirem”, quer o bispo da diocese, quer os padres”.
O percurso de vida de D. António Taipa, desde a ordenação sacerdotal, foi marcado pela formação, o ensino e a proximidade ao clero.
“Tenho 110 padres no exercício do ministério que passaram por mim”, contabiliza, recordando que usou a pedagogia da proximidade, da porta aberta, que “era a pedagogia do padre Américo”.
Foram quase 20 anos como bispo-auxiliar, mais 20 como reitor do seminário diocesano, depois de cinco anos “maravilhosos de descoberta” a estudar em Roma, onde se especializou em Sagrada Escritura, quando “sonhava com a paroquialidade”.
“Às vezes ouvia dizer que quem vai para Roma perde a fé. Graças a Deus não perdi a fé, mas solidifiquei a fé porque em contacto com o estudo, com as fraquezas, com a humanidade da Igreja, que ali se sente mais, fui purificando a minha ideia da Igreja, da fé, de crente”, disse na entrevista que vai ser publicada na integra na Agência ECCLESIA.
Este domingo, a Diocese do Porto vai dar graças pela “vida, serviço e testemunho” de D. António Taipa e na mesma Eucaristia vai concelebrar D. Armando Esteves Domingues, na Sé, às 16h00, onde vai assumir o serviço pastoral nesta Igreja local como bispo auxiliar.
“O senhor D. António Taipa tem servido exemplarmente esta Diocese há mais de cinquenta anos e nos ofícios mais delicados”, escreveu o bispo diocesano D. Manuel Linda por ocasião da nomeação do seu novo bispo auxiliar.
PR/CB
D. António Bessa Taipa, uma vida ao serviço da Igreja Católica