Porto, 09 abr 2014 (Ecclesia) – O novo bispo do Porto mostrou-se preocupado com o peso da austeridade em Portugal e disse olhar para o país “com a dor do emigrante” que já foi.
“Neste momento, já há quem não consiga manter a educação dos filhos, é preciso distinguir o que é caminho justo, o que é austeridade necessária e o que é já a injustiça ou a imposição em excesso pelos grupos ou pelas pessoas que menos têm”, advertiu.
Em entrevista ao programa ‘Terça à Noite’, da Renascença, D. António Francisco dos Santos lembrou o sofrimento de quem se vê obrigado a deixar o país, “não por livre decisão, mas por causa das circunstâncias”.
O prelado alerta ainda o Governo para pensar na distribuição dos sacrifícios, frisando que “se a austeridade tiver de continuar, que seja repartida por igual e que não pese sobre aqueles que mais precisam”.
Após a entrada solene na Diocese do Porto, este domingo, D. António Francisco dos Santos foi recebido na segunda-feira pelo presidente da câmara, Rui Moreira, nos Paços do Concelho.
“Pode encontrar nesta casa todo o apoio para um diálogo que será certamente profícuo e, mais do que isso, para resolvermos os problemas e as aflições de todos os portuenses”, afirmou Rui Moreira, destacando o trabalho de várias instituições ligadas à Igreja Católica, informa a página da Câmara Municipal do Porto.
Na sua primeira visita à autarquia, D. António Francisco dos Santos destacou a “alma portuense” e o “espírito nortenho” como exemplos para o país.
“Quero enaltecer esta alma portuense e este espírito nortenho que a todos nos envolve e impregna para que, a partir daqui, possamos ser exemplo para o todo nacional e construir uma sociedade mais justa, mais fraterna e mais solidária”, disse.
No final da visita, o bispo do Porto foi acompanhado por Rui Moreira, a pé, até ao Paço Episcopal.
OC