Bispo Diocesano celebrou Eucaristia que assinalou os 100 anos da presença do movimento, afirmando que ser escuteiro é viver permanentemente em atitude de peregrino
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Porto, 06 fev 2025 (Ecclesia) – O bispo do Porto presidiu esta quarta-feira, na Sé, à Missa de Ação de Graças dos 100 anos da presença na diocese da Junta Regional do Corpo Nacional de Escutas, destacando ligação da Igreja ao Escutismo.
“De facto, nem a Igreja atual seria a mesma sem o Escutismo, nem este sem aquela”, afirmou D. Manuel Linda, na homilia da celebração, enviada à Agência ECCLESIA.
Aludindo ao fundador do escutismo, Baden Powell, o bispo do Porto salientou que “sem a religião pode haver um simpático contacto com o grupo e com a natureza, mas não escutismo propriamente dito”.
“Este não consiste em atividades técnicas, percursos, marchas, acampamentos, etc. e, de vez enquanto, umas tintas de religiosidade, como participação nas procissões, uma Missa no campo, etc. Não! Ser escuteiro é realizar todas essas atividades com Deus na mente e alma, dando tempo à religião”, defendeu.
D. Manuel Linda fez referência ao início da história do Escutismo no Porto, sublinhando que desde 1925, em que se constituiu o Agrupamento da Paróquia do Bonfim, na cidade, até hoje, a graça de Deus passou fortemente por ali.
“Não deixa de ser curioso que, entre nós, o Escutismo tenha nascido em Ano Santo, tal como este em que celebramos o seu centenário. E Ano Santo é tempo de Graça. Tempo em que Deus faz frutificar e torna mais intenso o bem e a beleza. Graça que animou e inspirou Baden Powell para fundar o escutismo e o Pe. Jack Sevin para o reler numa ótica católica”, realçou.
“Peregrinos da Esperança” é o tema do Jubileu 2025 que a Igreja Católica vive e, segundo o bispo diocesano, “ser escuteiro é viver permanentemente nesta atitude de peregrino”, ressaltando “As noites passadas em campo, as viagens exteriores e interiores, as dores do caminho, as conversas tidas, as lágrimas choradas, as músicas cantadas, os sorrisos partilhados são exemplo disso mesmo”.
“O sorrir cansado, gasto, mas feliz, de um escuteiro ao regressar a casa, depois de um acampamento, é o rosto visível do sucesso do escutismo. Somos peregrinos sempre com esperança”, assegurou.
“Que a semente do bem que nos chegou pelo Escutismo Católico nestes cem anos, se multiplique vezes sem conta. Para que muito, cada vez mais, se possível todos, passem a jogar nesta “equipa de Deus”, como um dia disse BP”, concluiu o bispo do Porto.
A Junta Regional do Porto do Corpo Nacional de Escutas (CNE) assinalou, esta quarta-feira, os 100 anos de presença na diocese com a celebração de uma Eucaristia e o lançamento de um livro, às 19h30, sobre um século de história do escutismo na região.
Na diocese existem 9000 escuteiros, 122 agrupamentos e 7 núcleos.
O escutismo é um movimento mundial, fundado em 1907, em Inglaterra, por Baden Powell, com o intuito de proporcionar aos jovens uma formação global, de modo a serem cidadãos participativos e responsáveis nas suas comunidades.
O Corpo Nacional de Escutas foi fundado a 27 de maio de 1923, e é a maior associação de juventude em Portugal, com mais de 72 mil elementos, distribuídos por cerca de 1030 Agrupamentos em 20 regiões.
LJ/PR