Estado Social é «riqueza» que Portugal «não pode perder», diz padre Vitor Feytor Pinto
Lisboa, 22 nov 2012 (Ecclesia) – A Igreja Católica reúne esta sexta-feira, no Porto, agentes e responsáveis ligados à ação social para debaterem durante três dias soluções e projetos que contribuam para uma sociedade mais justa e coesa.
A iniciativa, promovida pela Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), surge numa altura em que o Governo apela a uma reflexão geral à volta do papel social do Estado, missão que segundo o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho precisa de ser “refundada” no contexto atual de crise.
Em entrevista ao Programa ECCLESIA, o coordenador nacional da Pastoral da Saúde, padre Vitor Feytor Pinto, sublinha que esta “é a altura certa” para todos os atores sociais, políticos e cidadãos, “darem as mãos” na procura de “meios para responderem ao problema do Estado Social”.
O sacerdote destaca a importância das pessoas colocarem de parte a “sua opinião, ideologia” ou “maneira de pensar” e concentrarem-se no desenvolvimento de um “projeto comum” que assegure a cada um o “que tem efetivamente direito”.
Para aquele responsável católico, o Estado Social “é uma forma bonita” de “desafiar a sociedade no quadro da justiça” e uma “riqueza” que Portugal “não pode perder”.
Bernardino Silva, da Cáritas Portuguesa, mostra-se otimista quanto à participação cívica na reformulação do Estado Social, uma vez que considera que a “crise” tem dado a conhecer uma sociedade mais interventiva.
“Uma das críticas que se fazia no passado era que a sociedade portuguesa era muito amorfa, não estava compenetrada com os problemas, mas no geral tem havido uma resposta muito positiva aos problemas”, salienta o coordenador da campanha nacional “10 Milhões de Estrelas”.
No que diz respeito ao papel da Igreja Católica, o agente sociocaritativo sublinha que ela “tem procurado estar junto das pessoas e ajudar a que elas possam ter um contexto e uma dinâmica diferente”.
“Estado Social e Sociedade Solidária” foi o nome escolhido para a Semana Social 2012, que a Igreja Católica promove de três em três anos.
O evento, acolhido pela Casa de Vilar, no Porto, conta com a participação de D. Manuela Clemente, bispo do Porto e vice-presidente da CEP, Guilherme d’Oliveira Martins, presidente do Centro Nacional de Cultura, Alfredo Bruto da Costa, responsável pela Comissão Nacional Justiça e Paz e Eugénio da Fonseca, presidente da Cáritas Portuguesa.
Para o anfitrião da iniciativa, “o apelo à sociedade solidária é fundamental”, numa altura em que as ajudas sociais por parte do Estado “não estão tão sólidas”.
PRE/JCP
