Bispo diocesano agradeceu a todos os cuidadores e apontou a Cruz como «modelo da sociedade nova»
Porto, 02 abr 2021 (Ecclesia) – O bispo do Porto agradeceu a todos os cuidadores dos doentes Covid-19 na homilia da Celebração da Paixão e disse que é necessário aproveitar a lição da pandemia e conjugar o futuro com o verbo “ajudar”.
“Aproveitemos esta lição da pandemia. Conjuguemos o futuro com um verbo: ajudar. Ajudar e deixar-se ajudar deveria ser a matriz da sociedade”, afirmou D. Manuel Linda na celebração que decorreu na Sé do Porto.
O bispo do Porto desafiou à participação numa “sociedade construída na dedicação aos outros”, “menos egoísta, mais solidária, mais investidora em amor e em estruturas que sabe serem, mais tarde ou mais cedo, necessárias para todos e cada um”, e agradeceu a todos os cuidadores no tempo da pandemia.
“Quero, nesta Sexta-feira Santa, dia que nós identificamos com a condição humana que é tecida de penas e de doações, a partir desta Sé, coração da nossa Diocese do Porto, agradecer aos cuidadores que se deram aos mais frágeis dos frágeis com toda a dedicação e generosidade: o Senhor escreveu a letras de ouro no seu registo o bem que fizestes a seu exemplo”, afirmou.
O bispo do Porto evocou a dedicação de muitos cuidadores, nos “momentos mais duros e mais negros da pandemia”, especialmente os que “passaram dias e dias sem ir a casa por motivos dos contágios” e “sofreram ao lado dos sofredores com lágrimas no coração mas um sorriso de disfarce” fazendo “tudo o que podiam e o que não podiam para que nada faltasse”.
“Foram verdadeira imagem de Cristo, pois o Senhor tanto está presente nos que necessitam de ajuda e, por isso, deixou que o Cireneu lhe levasse a cruz, como está na pessoa dos que cuidam e, como tal, passou a vida fazendo o bem, como atestam os seus milagres”, afirmou na homilia da celebração da Paixão.
D. Manuel Linda quis também “abraçar os mais idosos”, os que foram contagiados pela Covid-19 e estiveram hospitalizados e “quantos sofreram por causa dela”, evocando a “dor suportada, por vezes com imenso ânimo”.
Para o bispo do Porto, a Cruz que é adorada na Sexta-feira Santa, quando se recorda a paixão e morte de Jesus, revela um Deus que “não é cruel, desinteressado ou distante das experiências que tecem a nossa vida”, mas mostra “um Deus totalmente solidário, que ama, se doa, une, consola, perdoa, acaricia, afaga e garante a glória e a alegria da ressurreição”.
D. Manuel Linda recordou que “Aquele que suportou a dor maior não se colocou fora da humanidade”.
A concluir a homilia, o bispo do Porto referiu-se à “campanha de um crucifixo em cada casa” proposta pela Diocese, afirmando que ”é interpelação a construir a família e a sociedade na abnegação, na entrega aos outros, na generosidade”.
A Igreja Católica evoca hoje, Sexta-feira Santa, a morte de Jesus, num dia de jejum para os fiéis, que não celebram a Missa, mas uma cerimónia com a apresentação e adoração da cruz.
PR