Seguiam devagarinho,
Rumavam para Belém.
É tormentoso o caminho
Para quem está pra ser mãe.
Lá chegaram ao destino,
Depois de muita légua andada.
Ia nascer o Menino,
Maria estava cansada.
Não os acolheu ninguém,
Depois da longa viagem.
A Virgem ia ser mãe,
Ficava impura a estalagem.
Ao fim de muita procura
Conseguiram encontrar,
Uma cabaninha escura
Pra poderem descansar.
Pouco tinham para comer,
Mas pra a alma alimentar,
Já tinham o pão da vida
Que estava para chegar.
Pra lapinha arranjar bem,
José estava distraído,
Quando olhou pra a virgem mãe
Jesus já tinha nascido.
Maria muito cansada,
Olhou pra Jesus e sorriu,
Deu-lhe a primeira mamada,
Fechou os olhos e dormiu.
E já o galo cantava
Quando a Senhora acordou,
José calmo, os contemplava,
Nem o Menino chorou.
Paz e felicidade abundaram,
Louvores a Deus também,
Aí os anjos cantaram,
Aí a Virgem foi mãe.
Tudo isto se passou,
Na cabaninha curral,
A lua no céu brilhou,
Foi o primeiro Natal!
Maria Cândida Soares Vieira Antunes – Porto
leitora de Voz Portucalense