Fátima, Santarém, 21 abr 2015 (Ecclesia) – O projeto ‘Caminhos de Fátima’ formalizou com o Santuário de Fátima um acordo de colaboração para a criação de um primeiro troço oficial para peregrinos entre o Porto e Fátima e pretende certificação como Itinerário Cultural Europeu.
“A proposta de traçado oficial foi pensada entre Gaia e Fátima, por ser o troço que congrega o maior número de peregrinos, a intensão primordial é afastar os peregrinos das estradas e itinerários nacionais com maior movimentação de trânsito automóvel. O objetivo é o de melhorar as condições de peregrinação a pé até ao Santuário de Fátima, em termos de segurança, conforto e apoio”, explica o Centro de Comunicação Social do Santuário de Fátima.
Num comunicado enviado à Agência ECCLESIA, revela que foi realizado um estudo que agora contempla 96% do traçado fora da estrada nacional, com um acréscimo de 8% na distância, ou seja, 16 quilómetros.
Numa fase posterior vão organizar uma candidatura conjunta a fundos comunitários, para “apoiar diferentes linhas de ação”, em especifico a “realização de obras em diferentes partes do percurso e para apoio à divulgação”.
Depois pretendem também certificar o percurso como Itinerário Cultural Europeu, no Instituto Europeu dos Itinerários Culturais uma instituição que certifica um conjunto de itinerários considerados fundamentais para a construção da identidade europeia.
“Pretendemos honrar uma tradição que tem mais de 90 anos e dar condições de maior segurança e apoio aos peregrinos que fazem esta experiência da peregrinação a pé”, observou a coordenadora desta ação, Cristina Azevedo, numa reunião com o Santuário de Fátima.
Por sua vez, o reitor destacou que “interessa ao Santuário o bem-estar dos peregrinos, interessa-nos a sua segurança”, na reunião na Casa de Retiros de Nossa Senhora das Dores.
O santuário mariano da Cova da Iria é entidade consultora, e o padre Carlos Cabecinhas frisou que o projeto é “acarinhado desde o início” e louvou também o facto da implementação deste caminho ter como horizonte o Centenário das Aparições, em 2017.
Antes do estudo apresentado o projeto foi refletido em conjunto pelas 14 autarquias municipais envolvidas neste percurso e neste contexto o sacerdote considera que agora “interessa ouvir quem acompanha e acolhe os peregrinos”, que é quem realiza este trabalho de proximidade.
Neste contexto, Cristina Azevedo comentou ainda que mesmo sendo Portugal “um Estado laico” este fenómeno “ultrapassa claramente a questão religiosa” sendo interessante e mobilizador na “perspetiva do Turismo Cultural e Religioso” que “está em franca ascensão”, até porque o projeto Fátima está incluído no Plano Estratégico de Turismo de Portugal.
SISF/CB