Padre Amaro Gonçalo apresenta proposta para «aprofundar as diversas raízes e matizes da alegria»
Lisboa, 16 fev 2024 (Ecclesia) – A Diocese do Porto convidou as comunidades e as famílias a identificarem as suas “chagas, como também o remédio para a cura”, centradas na cruz, na caminhada da Quaresma à Páscoa.
A proposta intitula-se ‘Vamos com Alegria. Subamos Juntos a Jerusalém’.
“Propomos que as comunidades façam um caminho muito centradas na cruz, porque a Quaresma do Ano B é muito centrada no Mistério Pascal de Jesus, na sua dupla faceta de humilhação e glorificação, de abaixamento e de exaltação, de morte e de vida, que nos vai aparecer nos diversos Evangelhos daqueles domingos centrais da Quaresma”, explicou o secretário diocesano para a Coordenação Pastoral do Porto, o padre Amaro Gonçalo, em entrevista à Agência ECCLESIA.
O objetivo é continuar a aprofundar as diversas raízes e matizes da alegria, da alegria pascal, que é sempre uma alegria paradoxal, porque é a alegria que brota da cruz, e fazer este itinerário, no fundo, descobrindo sempre que é possível, através da experiência da dor e do sofrimento, encontrar também fontes e sementes de alegria”.
O itinerário Quaresma/Páscoa da Diocese do Porto tem ligação à caminhada anterior, a do Advento/Natal – ‘Vamos com alegria. Vamos todos a Belém’ -, onde se destaca a temática da “alegria”, que também faz parte do plano pastoral 2023/2024: “Passamos de Belém para Jerusalém, que é o centro do Mistério Pascal, enquanto Belém era o centro do Mistério da Encarnação”.
“Não queremos uma Quaresma sem Páscoa. Sabendo que o caminho se define pela meta, e a meta é sempre a Páscoa, às vezes é uma coisa que esquecemos, quando planeamos e programamos a Quaresma, é que o seu fim e a sua meta é a participação no Mistério Pascal”, assinalou.
A caminhada diocesana da Quaresma à Páscoa tem uma imagem, a cruz e as cinco chagas, “que podem ser furos de luz”, que é uma proposta para as comunidades e para as famílias, e as chagas dividem-se em cinco áreas: Sociais, eclesiais, pessoais, paroquiais e familiares.
“Que cada família tenha uma cruz num material de madeira, uma coisa mais simples, que depois vão decorando e vão recortando as chagas e vão identificando, em família, as chagas da família. A nível da comunidade, a cruz paroquial será maior, terá dois metros de altura, vamos também, em cada semana, identificar as chagas, mas, ao mesmo tempo, procurar identificar, e aqui entra o processo sinodal, o remédio para a cura”, desenvolveu o padre Amaro Gonçalo.
O secretário diocesano para a Coordenação Pastoral do Porto destaca que dão a esta Quaresma 2024 “um colorido, talvez um pouco estranho para a mentalidade” de associar a Quaresma a “um certo período de contrição, de tristeza”, porque querem que esta “tristeza se converta em alegria”.
O entrevistado explica também que esta caminhada “é uma orientação”, não querem fazer deste programa “um caderno de encargos”, como se cada paróquia, comunidade tivesse de realizar todas as propostas, mas “unir a diocese inteira num espírito comum, numa caminhada comum”, com o mesmo lema, a mesma ideia, a mesma imagem, “o mesmo sentimento”.
“Isto é muito importante para dar unidade a uma diocese tão grande. E tem-se verificado, pela análise que fazem os diversos conselhos – diocesano pastoral, o conselho de vigários -, que estas ferramentas são fundamentais para que as comunidades, através dos seus diversos grupos e dos fiéis em geral, possam assumir este caminho comum”, salientou o padre Amaro Gonçalo, no Programa ECCLESIA, transmitido esta sexta-feira, na RTP2.
O pároco de Nossa Senhora da Boa Hora e de Guifões (Matosinhos) observou que “há espaço de criatividade” para que nas paróquias, de acordo com as suas tradições, com as suas capacidades, limites, recursos, “poderão dar cor à caminhada”.
Segundo o sacerdote, “é muito bonito” entrar numa igreja ou passe junto de uma igreja e ver um outdoor/placar, um cartaz, ou “uma cruz e saiba que está na Diocese do Porto, porque a grande maioria das comunidades assume esta proposta”.
‘Com Cristo, um caminho alegre’, é o tema da mensagem para a Quaresma do bispo do Porto, assente na passagem bíblica “subamos juntos a Jerusalém”, do Evangelho de São Marcos (Mc 10, 33).
HM/CB/OC
Quaresma: «Vamos com Alegria. Subamos Juntos a Jerusalém» é o tema da caminhada da Diocese do Porto