Empreitada, com custo superior a 12 milhões de euros, vai incluir a construção de uma unidade hoteleira
Porto, 03 fev 2025 (Ecclesia) – A Diocese do Porto lançou na última quinta-feira um concurso público para a empreitada de reabilitação do Seminário Maior, uma obra de mais de 12 milhões de euros, que inclui a construção de uma unidade hoteleira.
Para o bispo do Porto, esta obra tem um significado “muito grande”, referindo que remodelar as instalações do Seminário, que “não são dignas para este tempo”, era um dos objetivos que tinha desde que chegou à diocese.
“Estamos num edifício do século XVI. Já viu passar muita água aqui no Rio Douro, e nunca foi praticamente intervencionado com obras de fundo, e portanto, não oferece a garantia do mínimo de qualidade de vida exigida no nosso tempo”, referiu D. Manuel Linda, informa a Diocese do Porto.
Pensando na forma de sustentar os seminários, dado que cada vez há menos contribuições e ofertas, o bispo do Porto destaca a criação de uma hospedaria religiosa, “aberta a toda a gente”, cujas receitas vão reverter para esse fim.
“Pensamos então que dentro de três meses podemos já começar a ver as primeiras gruas”, adianta D. Manuel Linda, bem como o estaleiro a ser montado, numa obra que vai durar cerca de “dois ou três anos”.
O bispo diocesano revela que nunca esteve em causa retirar o Seminário da cidade do Porto, já que tal contribuiria para “a desertificação da cidade”.
“Aqui e isto não é muito natural na Europa, encontra-se a Catedral, a casa do Cabido, agora transformada em museu, o Paço Episcopal e o Seminário, tudo contíguo. Os edifícios estão todos interligados uns com os outros. Julgo que é um valor acrescentado que não podemos perder”, salientou.
De acordo com D. Manuel Linda, constituir no Porto “uma espécie de cidadela eclesiástica, tem um valor afetivo e um valor sentimental e eclesial muito forte”.
D. Vitorino Soares, reitor do Seminário do Porto, assinala que as obras nas instalações eram uma “urgência”, destacando a “necessidade de renovar”, “de recuperar, mas sobretudo de dar condições, mais tendo em conta a privacidade de cada um”.
“Por outro lado, também é uma questão afetiva, isto é, o Seminário como o berço de sacerdotes, e por isso, o Seminário da Sé, onde vamos continuar um processo, já com uma história, à qual estamos ligados”, realçou o também bispo auxiliar.
No futuro, D. Vitorino Soares defende a intensificação de uma linha de relação entre o Seminário, as famílias, as comunidades e as paróquias.
“Os sacerdotes já foram envolvidos no Conselho Presbiteral. Há que ouvir agora também aquilo que são as comunidades, as paróquias de onde vêm os sacerdotes com as comunidades, e para onde vão também os sacerdotes, que também possam sentir este projeto, possam sentir-se envolvidos nesta obra, e possam sentir sobretudo que isto é de todos”, indicou.
O ecónomo da Diocese do Porto, padre Samuel Guedes, dá conta que a obra vai ser desenvolvida em duas unidades de trabalho, sendo elas a reabilitação e restauro do Seminário e a construção da unidade hoteleira.
“A parte da hotelaria é um bocadinho mais volumosa, também no financiamento, e a parte do Seminário é mais pequena. Mas estas duas coisas vão crescer juntas. Isto é, a reabilitação, a reconstrução e também há uma parte que é de construção nova. Vão crescer, vão caminhar a par”, explicou.
A Diocese do Porto avança que o júri deste concurso é constituído pela Eng. Manuela Mesquita, a Arq. Filomena Oswald, o Prof. Carlos Rodrigues e o Prof. Paulo Pereira, sendo presidido pelo padre Luís Brito.
LJ/PR