D. António dos Santos desafiou ordenandos a uma missão próxima daqueles a quem «ninguém presta atenção ou oferece cuidado»
Porto, 07 jul 2016 (Ecclesia) – A Diocese do Porto viveu este domingo um dia de festa, com a ordenação na Sé de cinco novos sacerdotes e quatro diáconos.
A celebração foi presidida pelo bispo do Porto que pediu aos novos membros do clero que privilegiem uma ação próxima das pessoas, sobretudo das mais necessitadas, pois a “vida e a missão da Igreja Católica, e a construção de um futuro e de um mundo diferente e melhor precisam de novos operários”.
“Sabemos como faltam neste tempo de crescente globalização pessoas que se ocupem e preocupem com os que encontram no caminho, com os que vivem por perto ou por longe e com os pobres a quem ninguém presta atenção ou oferece cuidado”, salientou D. António Francisco dos Santos.
Nas ordenações deste domingo, na Catedral do Porto, foram ordenados padres os diáconos Diogo Pereira, de Valongo; Filipe Azevedo, de Fajozes, em Vila do Conde; Júlio Dinis, de Espinho; Vítor Ramos, de Vilar do Pinheiro, em Vila do Conde; e o Antonino de Sousa, natural de Carvalhosa, Paços de Ferreira, proveniente da Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos).
Quanto aos novos diáconos, foram ordenados Bruno Ávila, de Mafamude, em Vila Nova de Gaia; Fernando Moreira, de Sobrado, Castelo de Paiva; Marco Alves, de Medas, em Gondomar; e Constantino Epalanga, de nacionalidade angolana, destinado à Sociedade Missionária da Boa Nova.
Um dos novos sacerdotes, Júlio Dinis, de 26 anos, destacou a sua vontade em ser “testemunha de Jesus Cristo, e com um viver que seja condizente com isso, tão simplesmente e tão dificilmente”.
“Ser padre não é um conjunto de tarefas que se fazem, mas é o coração disso tudo, que é ser presença de Jesus”, sustentou.
Outro dos ordenados, Filipe Azevedo, de 36 anos, abraçou o sacerdócio depois de uma vocação “mais tardia”.
“Trabalhei, fiz uma vida normal como qualquer jovem, mas tudo o que vivi não era o que me satisfazia, não era o que me dava aquela felicidade de estarmos a fazer o que está certo”, confidenciou.
Sobre o futuro, o novo sacerdote revela “que aquilo que mais o fez pensar é o estar presente para as pessoas”.
“Hoje em dia os padres têm dificuldade em ter esse tempo, não é que não o queiram mas têm dificuldade em ter esse tempo para estar e esta é uma coisa que eu espero ter, e fazer por isso”, complementou.
Para D. António Augusto Azevedo, bispo auxiliar do Porto e reitor do Seminário Maior da diocese, estas ordenações foram “um momento alto” para as comunidades locais e também para o setor diocesano das vocações, uma vez que são elas que tornam visíveis os “frutos do trabalho” efetuado.
“O Seminário existe para que esta semente da vocação cresça”, apontou aquele responsável, destacando também o que de mais fundamental a Igreja Católica pede hoje aos novos sacerdotes e diáconos.
“São vocações de serviço, mas creio que se abrem hoje, como o Papa Francisco tem despertado, campos novos de missão próprios de uma Igreja em saída. Estes padres têm de estar disponíveis para ir ao encontro de tantas situações humanas, de acolher tantas feridas humanas, de cuidar de tantos dramas humanos, é essa a missão da Igreja que por um lado acolhe, recebe, é terna, é mãe, mas por outro vai ao encontro do mundo”, concluiu.