Porto: D. Manuel Linda pede que padres evitem «frieza do funcionário» no seu ministério

Bispo diocesano presidiu à Missa Crismal, anunciando que o Papa atribuiu título de monsenhor a cinco párocos

Foto: Voz Portucalense/Rui Saraiva

Porto, 14 abr 2022 (Ecclesia) – O bispo do Porto disse hoje, na homilia da Missa Crismal, que os padres devem evitar a “frieza do funcionário”, no seu ministério, que pode levar à troca do sacerdócio pela vida de “administrador”.

“Devemos questionarmo-nos sempre a respeito da qualidade de relacionamento com o nosso povo, da alegria com que o servimos, da forma como o tratamos, do zelo por encontrar atitudes simpáticas e atraentes de acolhimento e amabilidade”, indicou D. Manuel Linda, numa intervenção citada pelo jornal diocesano, ‘Voz Portucalense’.

Falando na Catedral do Porto, o responsável católico sublinhou que a missão sacerdotal “reside na misericórdia divina”.

“O sacerdote leva aos ombros o povo que lhe está confiado, tal como o Bom Pastor leva a ovelha perdida e reencontrada, porque a ama e a tem presente no seu coração. Conhece-a pelo nome e, mesmo que afastada pela perda, não a retirou do seu coração”, declarou.

Para D. Manuel Linda, o exercício do ministério sacerdotal exige uma “ética do cuidado expressa em afetos, simpatia, cordialidade, amor misericordioso”.

“Podemos realizá-lo com a frieza do funcionário ou com o calor paterno de quem cuida do povo como o Pai cuida de nós”, acrescentou.

Após dois anos de limitações, por causa da Covid-19, o bispo do Porto assinalou a necessidade da “reconstrução das comunidades fortemente abaladas pela pandemia”.

“A Igreja deste tempo reclama pastores bons, mas que não desconheçam os afetos e os usem no dia-a-dia. Mesmo na relação com aqueles que, porventura, se nos dirigem com as mãos cheias de pedras”, observou.

Façamos tudo em prol da união e velemos para não dar passos desagregadores. Seria gravíssimo que um presbítero ou um diácono entrasse em conflito com outro ministro ordenado ou até que não lhe dedicasse aquela simpatia fraterna que constitui o cimento familiar. Nesse caso, colocar-se-ia à margem do presbitério ou do grupo dos seus irmãos diáconos”.

Durante a celebração foram recordados os sacerdotes que comemoram datas jubilares de ordenação presbiteral e os padres que faleceram nos últimos meses; oito diáconos vão ordenados padres a partir de julho, na diocese.

Foto: Voz Portucalense/Rui Saraiva

O bispo do Porto anunciou ainda que o Papa Francisco atribuiu o título de “monsenhor” a cinco párocos da diocese do Porto: Agostinho Jardim Moreira (S. Nicolau e Vitória, Porto), António Orlando dos Santos (Gueifães e Milheirós, Maia), Domingos Jorge do Aido (Maia), Fernando Nuno Queirós (Santo Ovídio, Gaia) e Manuel Correia Fernandes (Senhora do Porto).

Na manhã de Quinta-feira Santa, os padres das várias dioceses do mundo reúnem-se em volta dos seus bispos, para a celebração da chamada Missa Crismal, em que são abençoados os óleos dos catecúmenos e dos enfermos e consagrado o óleo do crisma, utilizado na celebração de vários sacramentos.

OC

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Agência ECCLESIA

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