Reedição de obra sobre Liberalismo e República é apresentada pelo historiador Rui Ramos
Porto, 24 mar 2012 (Ecclesia) – O quinto aniversário da tomada de posse de D. Manuel Clemente como bispo do Porto, que ocorre este hoje, vai ser assinalado com a reedição do livro ‘Igreja e sociedade portuguesa – Do Liberalismo à República’.
O volume, da editora Assírio & Alvim, é apresentado pelo historiador Rui Ramos às 21h30, na Biblioteca do Seminário Maior do Porto, anuncia a Diocese do Porto, na sua página na internet.
A nota editorial da edição, assinado pelos padres Américo Aguiar, vigário geral da Diocese do Porto, e José Tolentino Mendonça, diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (SNPC), sublinha que “se há dez anos, D. Manuel Clemente era reconhecido, pelo seu pensamento rigoroso e inspirador, no seio de um pequeno círculo de especialistas, ele emergiu decididamente como uma figura nacional de referência”.
Na introdução à obra, disponibilizada pelo SNPC, Rui Ramos destaca que após a separação republicana de 1911 os católicos começaram “a deixar de pensar a sua religião como uma religião de Estado, própria de súbditos, para passarem a concebê-la como uma religião da sociedade, de pessoas livres, dispostas a reivindicar ‘o lugar para o Evangelho na cidade de todos’”, como refere o próprio bispo do Porto.
D. Manuel Clemente, nascido em julho de 1948, atualmente vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, foi ordenado bispo em janeiro de 2000, desempenhando a missão de auxiliar do Patriarcado de Lisboa antes de rumar 300 quilómetros para norte, há cinco anos.
Bento XVI nomeou-o bispo do Porto a 22 de fevereiro de 2007 e a tomada de posse aconteceu a 24 de março do mesmo ano.
O prelado foi distinguido com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo, atribuída pela Presidência da República Portuguesa (2010), e o Prémio Pessoa (2009), tendo sido nomeado membro do Conselho Pontifício das Comunicações Sociais, organismo da Santa Sé, em dezembro de 2011.
Em fevereiro, num balanço dos cinco anos à frente da diocese, D. Manuel Clemente recordou a intenção de conhecer a diocese, declarada como “primeira alínea” do seu programa, falando numa “realidade dinâmica e movediça”.
“Direi, em suma, que temos débitos, mas também créditos, para passarmos duma pastoral de ‘manutenção’ para o que mais urge agora como ‘fermentação’ evangélica duma sociedade diferente, que está irremediavelmente aí – para não dizer ‘aqui’ -, como mentalidade e cultura”, assinalou.
Este responsável admitiu que existem, pontualmente, dificuldades dentro das comunidades cristãs no tocante “ao número e à preparação de leigos” e à falta de sacerdotes.
“Basta referir que, só no respeitante ao clero, falecendo cerca de doze padres em cada ano, ordenei apenas nove em todo este lustro, e meia centena de diáconos”, exemplificou.
A diocese do Porto tem mais de 2 milhões de habitantes desde o litoral atlântico do norte de Portugal ao interior, com uma área de 3010 quilómetros quadrados, que engloba 26 concelhos, 17 dos quais pertencem ao distrito do Porto, oito ao distrito de Aveiro e um ao distrito de Braga.
OC