Porto, 13 set 2017 (Ecclesia) – O bispo do Porto, D. António Francisco dos Santos, foi lembrado por vários sacerdotes pela proximidade e atenção que lhe dedicava, uma “mobilização” que começava pela “relação pessoal”.
Em declarações à Agência ECCLESIA, o padre Álvaro Manuel Moreira da Rocha recorda que o bispo do Porto tinha uma relação “muito próxima” com os sacerdotes, de “muita atenção, sempre comungando com eles”, com as suas preocupações, os seus desafios e “preocupado com o seu bem-estar”.
O sacerdote que em 2016 celebrou 25 anos de ordenação presbiteral lembrou que D. António Francisco “esteve muito presente” desde a sua paróquia como com o grupo de padres que também festejaram as boas de prata de ordenação.
“Vi-o feliz pelos sacerdotes do Porto e guardo essa atenção, sinal e testemunho. É interpelação para os sacerdotes, a atenção aos outros”, desenvolve o padre Álvaro Manuel Moreira da Rocha.
O novo pároco de São João da Madeira recorda que um diálogo com o bispo do Porto, pela altura da nomeação, ter dito “o que queria” e que precisava que os sacerdotes “saibam fazer caridade”.
“O sentido de humanidade era muito grande, o seu coração era imenso”, acrescenta ainda sobre D. António Francisco dos Santos.
O corpo do bispo do Porto está em câmara ardente até à celebração exequial, pelas 15h00, na Sé; O prelado faleceu na manhã de segunda-feira, dia 11 de setembro.
Já o padre Jorge Teixeira da Cunha guarda a “memória excelente” de um homem com uma capacidade de aproximação ao seu semelhante que “é raríssima entre os seres humanos”.
“Marcou o clero, marcou a cidade e marcou o país porque era visível essa empatia, essa capacidade de aproximação que era completamente fora do vulgar e fez dele um pastor extraordinário”, explicou.
O também professor da Universidade Católica Portuguesa, no núcleo regional do Porto, realça a “capacidade de governo” de D. António Francisco dos Santos que exercia a autoridade “de maneira benigna e marcou a todos a profundamente”.
Para o padre Jorge Teixeira da Cunha, o bispo do Porto desencadeou um processo de mobilização na diocese que “foi visível, notável com essa sua bondade, tenacidade”, e capacidade de trabalho que vão ter de continuar.
A Congregação dos Missionários do Espírito Santo (Espiritanos) em Portugal está presente no Porto e o atual provincial, que é desta diocese, lembrou a presença de D. António Francisco dos Santos nos 100 anos do padre Joaquim Martins e as visitas “praticamente” semanais ao padre José Manuel Sabença, que também era lamecense, doente com cancro nos pulmões.
“Era querido, simples, próximo e um bom pastor que tem o cheiro das ovelhas como pede o Papa Francisco”, destacou o padre Tony Neves, recordando a presença do bispo no funeral da sua mãe, na celebração das suas boas de prata de ordenação
D. António Francisco dos Santos era natural de Tendais, no Concelho de Cinfães (Diocese de Lamego), foi ordenado bispo em março de 2005 e presbítero em dezembro de 1972.
O Papa Francisco nomeou-o bispo do Porto em fevereiro de 2014, sucedendo a D. Manuel Clemente, e tomou posse a 5 de abril do mesmo ano; Para a Diocese de Aveiro foi escolhido pelo Papa emérito Bento XVI, em setembro de 2006 tendo tomado posse a 8 de dezembro.
PR/CB