Porto, 12 set 2017 (Ecclesia) – O ecónomo da Diocese do Porto, nomeado em julho, recorda dois meses de trabalho direto com D. António Francisco dos Santos que tinha “uma forma extraordinária de governar a diocese” com o coração “aberto a todas as situações”.
“Todos os dias conversava com ele, verificava como olhava para a diocese, para os problemas, para os dossiês ao pormenor, com nomes, com datas, com conhecimento profundo de todas as situações, de todas as pessoas”, recordou o padre Samuel Guedes em declarações à Agência ECCLESIA.
O sacerdote realça que o falecido bispo do Porto tinha uma forma “extraordinária de governar” a diocese, “um governo com o coração escancarado, aberto a todas as situações”.
D. António Francisco dos Santos, bispo do Porto, faleceu esta segunda-feira aos 69 anos, na Casa Episcopal da diocese.
O corpo do prelado está hoje em câmara ardente, com a Sé aberta até às 24h00, e esta quarta-feira, das 09h00 até à celebração exequial, pelas 15h00.
“Amou a diocese para além de todas as suas forças”, assinala o ecónomo diocesano do Porto sublinhando que D. António Francisco dos Santos era “um homem preocupadíssimo, extraordinário”, com um coração “do tamanho do mundo”.
Bispo do Porto desde 2004, o prelado era capaz de “descer ao sofrimento de cada um” que se aproximava dele e “pedia ajuda, para o elevar à grandeza do seu amor”.
“A sua simplicidade estava na capacidade de ternura, como via toda a diocese, todos os seus diocesanos, os problemas, sobretudo as dificuldades”, desenvolveu o padre Samuel Guedes para quem a simplicidade fez com que pudesse chegar “a todos os lugares, a todas as pessoas” e “nunca, nunca dizia que não”.
Neste contexto, destaca que D. António Francisco dos Santos tinha a capacidade de “mergulhar e de encarnar na própria vida o que lhe davam”.
“Ao chegar à diocese começou a dizer a nossa diocese, a nossa paroquia, verificava-se que era um homem perfeitamente do Porto”, recorda o também coordenador das paróquias na região de Paços de Ferreira e vice-postulador da causa de canonização de Sílvia Cardoso
Para o padre Samuel Guedes, o bispo falecido esta segunda-feira marcou com “o seu amor”, com a sua personalidade, “saber, inteligência, serviço”, com a sua missão e “foi algo de extraordinário”.
Agora, o ecónomo da Diocese do Porto, considera “difícil” dizer algo sobre o futuro porque ainda estão a viver um momento que “depois de acordar vai ficar tudo bem”.
“Temos que continuar a nossa vida, naturalmente levar para a frente o que entendia para a diocese, vamos fazer tudo para continuarmos a caminhar com a esperança, confiança”, conclui, referindo que D António Francisco dos Santos “no céu vai continuar a olhar para a diocese”.
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