Porto: «Continua a ser uma realidade gritante o triste espetáculo dos sem-abrigo» – D. Pio Alves

Bispo auxiliar da Diocese do Porto presidiu à Missa da Ceia, na tarde de Quinta-feira Santa

Porto, 29 mar 2018 (Ecclesia) – O bispo auxiliar do Porto D. Pio Alves afirmou hoje na homilia da Missa da Ceia do Senhor que o “triste espetáculo dos sem-abrigo” continua a ser uma “realidade gritante” na cidade e disse que o gesto de lavar os pés traduz-se também na tenção a quem precisa.

“Sem menorizar nenhuma situação, continua a ser uma realidade gritante, entre outras, o triste espetáculo dos sem-abrigo, nomeadamente na cidade do Porto”, referiu D. Pio Alves na Missa da tarde de Quinta-feira, Santa, na catedral diocesana.

Para o bispo auxiliar do Porto, a “construção de respostas” autênticas “é complexa”, mas a “idealização de excelentes teses burocráticas que ficam no papel e não chegam à rua” pode ser um risco que gaste “energias e meios” sem lutar contra o problema.

“Este é, entre muitos, um desafio à nossa condição de cidadãos e de crentes. Considero que, pela sua gravidade, deve ocupar um lugar na tarde de quinta-feira santa”, sublinhou D. Pio Alves.

O bispo auxiliar do Porto lembrou a homilia da Missa de entrada na diocese de D António Francisco dos Santos, falecido no último mês de setembro, onde afirmou que “os pobres não podem esperar”, assim como a ‘Mensagem à Diocese’ do seu sucessor, D. Manuel Linda, onde afirma o propósito de dar “um destaque especial para os mais débeis: os pobres, desempregados, doentes, idosos, detidos e quantos perderam os horizontes da esperança”.

Na homilia da Missa da Ceia do Senhor, D. Pio Alves referiu-se ao lava-pés, que marca esta celebração, e disse que tanto é necessário esse “gesto efetivo” como o que resulta da “atenção a quem, por exemplo, precisa de contar, mais uma vez, a história que já sabemos de cor”.

“Lavar os pés é disponibilidade na vida familiar; é qualidade da relação pessoal no trabalho profissional; é atenção aos desprotegidos; é participação, com verdadeiro espírito de serviço, na vida da comunidade eclesial e civil; é presença construtiva nos mundos mais complicados da sociedade, aparentemente, desdenháveis”, acrescentou.

“Há muitos pés para lavar! Amar até ao fim é a medida do amor dos discípulos de Jesus Cristo”, concluiu D. Pio Alves na homilia da Missa, na tarde de Quinta-feira Santa.

A Missa da Ceia do Senhor assinala o início do Tríduo Pascal para evocar, na liturgia católica, a  morte e ressurreição de Jesus.

PR

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Agência ECCLESIA

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