Porto: Catequistas incentivados ao testemunho e a aprofundar a experiência do encontro

Diocese organizou jornadas catequéticas com sete itinerários formativos

Foto: Agência ECCLESIA/HM – Jornadas Catequéticas da Diocese do Porto

Porto, 15 jul 2019 (Ecclesia) – O Secretariado Diocesano da Educação Cristã (SDEC) do Porto dinamizou as Jornadas Catequéticas de formação com o tema ‘Todos discípulos missionários – A alegria do Evangelho é a nossa missão’, no Seminário de Vilar.

“É muito importante a formação, senão tivermos não conseguimos transmitir aquilo que nos propomos, o mais importante é conseguirmos transmitir aquilo que somos”, disse a catequista Ana Maria Almeida realçando que “hoje, as pessoas aderem mais à formação”.

Em declarações à Agência ECCLESIA, a agente pastoral da Paróquia de Aldoar sublinha que como catequistas são testemunhas e “o mais importante” é criar “dinamismos e ferramentas” para existir “primeiro” uma transformação pessoal e depois “transformar os outros”.

Na 15.ª edição das Jornadas Catequéticas, realizadas este sábado, o Secretariado Diocesano da Educação Cristã do Porto organizou sete itinerários formativos intensivos, de seis horas, por isso, cada participante inscreveu-se em apenas um.

A responsável do SDEC Porto destacou a “aposta muito grande na formação dos catequistas” em Portugal e explicou os “princípios” dos itinerários.

“Primeiro ter em conta as grandes temáticas catequéticas e as grandes áreas da catequética, a pedagogia/catequética, depois a área da bíblica e doutrinal, os conteúdos da nossa fé, e a área ligada à psicologia”, desenvolveu Isabel Oliveira.

O sacerdote e professor universitário de Psicologia João de Deus Jorge falou sobre ‘O adolescente: conhecer, comunicar e acompanhar’ com a missão dos catequistas terem “consciência” desta realidade, “do que é estar com um adolescente”.

“É preciso conhecer, entrar numa relação de comunicação, para depois poder acompanhar o adolescente. Não é preciso falar muito, basta estar”, desenvolveu o docente na Faculdade de Teologia (UCP/Porto) e pároco em Espinho.

O padre João de Deus Jorge destaca que o período da catequese com o adolescente “deve ser uma experiência de encontro”, uma vez que “numa sociedade que se diz adolescente” onde construir a identidade para o adolescente “é uma tarefa quase inglória mas heroica”, todos “são facilitadores” dessa construção da identidade, e depois a “experiência de encontro com a pessoa de Jesus Cristo, isso é que é a verdadeira catequese”.

Em declarações à Agência ECCLESIA, Isabel Oliveira afirmou que hoje o catequista tem que ser uma testemunha, “alguém que experimentou na sua pele o encontro com Jesus Cristo”, é alguém que “faz parte da sua comunidade” e se sente “enviado por uma comunidade”.

“Hoje a educação está em crise, é preciso toda uma arte para educar, por isso, o catequista é alguém que precisa de uma formação inicial e de estar toda a vida em formação; Precisamos de estar num processo educativo permanente”, acrescentou.

A experiência da catequista Ana Maria Almeida é com a infância e revela que recebe as crianças “complemente vazias”, muitas vezes não sabem o que é uma igreja, nunca entraram numa”, é preciso “ensinar a rezar, a parar, a fazer silêncio”.

Por sua vez Paulo Monteiro, da Paróquia da Areosa, é catequista de adultos e destaca que têm verificado “uma maior afluência de adultos” nessa comunidade na cidade do Porto, para o sacramento do Crisma, “que não deixa de ser um trabalho de reiniciação” uma vez que na “maior parte a proximidade com a Igreja está desvanecida” e com Jesus “já passou também para segundo plano”, e na iniciação para o Batismo.

Foto: Agência ECCLESIA/HM – Jornadas Catequéticas da Diocese do Porto

Neste contexto, o agente pastoral considera que o Papa Francisco “tem ajudado bastante” para que as pessoas se aproximem da Igreja, para além do “pormenor” que “a falta de Deus só se nota quando Ele falta mesmo”.

Sobre a catequese de adultos, Isabel Oliveira realça que “exige mudança de mentalidade, adaptação”, uma vez que trabalhar com os adultos “ainda assusta”: “Assusta os professores, ainda mais os nossos catequistas.”

“Há experiências muito significativas, e penso que é um processo e um projeto para ser levado pouco a pouco sem forçar mas que está a dar frutos”, acrescentou a responsável pelo Secretariado Diocesano da Educação Cristã do Porto.

HM/CB

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Agência ECCLESIA

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