Mais de uma dezena de entidades, incluindo organizações católicas, subscrevem documento, em ano de eleições autárquicas

Porto, 12 jun 2025 (Ecclesia) – Um conjunto de entidades da cidade do Porto, incluindo várias organizações católicas, pediu hoje um “pacto de regime” entre as várias forças políticas para superar a crise das pessoas em situação de sem-abrigo.
“Propomos que haja a coragem de estabelecer um pacto de regime acordado entre as principais forças políticas, relativamente ao modo de implementar a estratégia para se manter o curso das respostas, independentemente do partido que lidere o executivo camarário”, refere o documento, enviado à Agência ECCLESIA.

A carta é divulgada no âmbito das próximas eleições para a Câmara Municipal do Porto, sendo subscrito pelas entidades que trabalham com as pessoas em situação de sem-abrigo da cidade.
“É evidente através do nosso trabalho e experiência que é preciso ter uma visão mais integrada, mais ambiciosa, e mais robusta para combater este flagelo que tem mudado muito nas suas características nos anos recentes, e aumentado o número de pessoas que atinge”, pode ler-se.
As entidades consideram como “muito prioritária” a criação de soluções de alojamento de longa duração, propondo uma ação “em parceria com empresas e fundações, cabendo ao município o papel fundamental de dinamizador”.
“Paralelamente a este esforço é fundamental expandir a solução de ‘Housing First’, que em Lisboa tem já 10 anos de experiência com resultados comprovados e verificados em cerca de 400 apartamentos, mas que no Porto está apenas a começar, e apenas para 6 pessoas este ano”, acrescentam.
Estas soluções além de aliviarem e potenciarem a entrada na ‘cadeia de integração social’ das pessoas e dar sequência a esse processo, libertará a capacidade existente das respostas de alojamento de emergência, tornando-as mais eficazes, mas também das comunidades terapêuticas que não têm para onde encaminhar pessoas no pós-tratamento, e ainda das respostas de alojamento para imigrantes em situação de sem-abrigo”.
Outro ponto prioritário passa por “aprofundar a informação sobre a população de migrantes e suas respostas”.
As respostas para a saúde mental, soluções de “emprego protegido” e de colocação no mercado convencional de emprego ou a existência de um fundo para situações de emergência são algumas das propostas elencadas na carta aberta, em que se alerta ainda para a “escassez evidente de técnicos disponíveis”.
As entidades signatárias são a UDIPSS-PORTO – União Distrital das Instituições Particulares de Solidariedade Social; Porta Solidária; Plataforma + Emprego; Grupo Ronda ComVida; FAS Rondas; CASA – Centro de Apoio ao Sem Abrigo; Associação de Solidariedade Coração na Rua; Saber Compreender; Solidários Missionários da Consolata; Amigos da Rua – Missionários Combonianos do Coração de Jesus; PAS – Colégio de Nossa Senhora do Rosário; Fénix – Associação da Ronda dos Sem Abrigo; Grupo de Solidariedade de Montebelo; Associação Amor Perfeito; STC – Associação Serve the City Portugal; GASPORTO – Grupo de Ação Social do Porto.
OC